A Shein, gigante chinesa de fast-fashion, apresentou um pedido de entrada em bolsa nos Estados Unidos em novembro do ano passado, mas pouco se sabe do seu estado. Analistas contactados pela “CNBC” praticamente declararam a sua morte ainda antes da empresa chegar a Wall Street.
Assim sendo, os analistas indicam que as esperanças da empresa chinesa abrir o capital nos EUA é cada vez mais remota, estando a diminuir a cada dia. A causa? As crescentes tensões entre os Estados Unidos e Pequim continuam a perturbar o comércio e os negócios.
A empresa soma uma avaliação de 66 mil milhões de dólares. No entanto, este valor elevado não está a ajudar a empresa a entrar no mercado norte-americano, uma vez que os seus sucessivos pedidos para se tornar membro da Federação Nacional de Retalho têm falhado. É que a Shein já concorre com grandes pesos dos EUA, nomeadamente Gap, TJX, Macy’s e desafia ainda a Target, Walmart e Amazon.
Apesar da morte estar clinicamente decretada em território americano, a empresa chinesa começou a procurar soluções. Por isso mesmo, a Shein prepara-se para apresentar um IPO em Londres de 50 mil milhões de libras nas próximas semanas. Depois de falhar a entrada no mercado americano, a Shein quer tornar-se a maior cotada da bolsa londrina.
O analista Angelo Bochanis, especialista em IPO na Renaissance Capital, indica que a entrada em Londres poderá, teoricamente, ser mais fácil do que avançar com uma oferta pública nos Estados Unidos. A bolsa de Londres está “desesperada por grandes vitórias” e o facto do parlamento britânico estar dissolvido, a Shein pode navegar entre obstáculos e conseguir o seu objetivo.
Apesar do corte (quase) severo das ligações entre China e EUA, a Shein é “uma das poucas” empresas chinesas que conquistou o reconhecimento de marca junto dos consumidores norte-americanos, atentou Bochanis.
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