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Shein sob escrutínio antes de IPO em Londres

Shein ambicionou a Bolsa de Nova Iorque, mas falhou. Objetivo agora é ser negociada na praça londrina, estando a enfrentar algum escrutínio por conta das acusações de trabalho forçado.
Shein
People shop at the Shein Holiday pop-up shop inside of Times Squares Forever 21 in New York City, U.S., November 10, 2023.REUTERS/David ‘Dee’ Delgado
16 Setembro 2024, 13h22

A gigante de moda chinesa Shein está a enfrentar um forte escrutínio em antecipação à sua Oferta Pública Inicial (IPO) na Bolsa de Londres. A razão? O presidente do comité dos Negócios e Comércio, Liam Byrne, pediu ao Governo para proibir a importação de produtos fabricados sob trabalhos forçados, nomeadamente aqueles provenientes da China.

Segundo o “Financial Times”, este é uma medida quase de bloqueio à entrada da Shein na praça londrina, com Byrne a pedir uma análise mais cuidadosa à empresa e ao seu modelo de negócio antes que a companhia de fast-fashion comece a ser negociada em bolsa. Além disso, o também ex-ministro do tempo de Tony Blair apelou à criação da versão britânica da Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado, introduzida nos Estados Unidos em 2021.

Lembra a publicação britânica que a gigante chinesa está a tentar lançar um IPO desde o final do ano passado, tendo olhado primeiramente para Nova Iorque e só depois da Londres, isto já após a rejeição por parte dos reguladores norte-americanos. Ainda antes do anúncio oficial da rejeição, analistas já tinham dado o IPO como “morto” por conta da falta de notícias.

Atualmente, a Shein está à espera que os reguladores chineses deem a aprovação final para a empresa começar as negociações numa bolsa fora do país. Indicam fontes consultadas pelo “Financial Times” que os reguladores chineses não estão satisfeitos com a decisão da empresa em afastar-se do território chinês, apostando no exterior para cotar a empresa.

À publicação, a Shein admitiu ter uma “política de tolerância zero” em relação ao trabalho forçado, sustentando que as acusações do ex-ministro não fazem sentido. “Estamos totalmente comprometidos em respeitar os direitos humanos. Para cumprir com as leis, exigimos que nossos fabricantes contratados adquiram materiais somente de regiões aprovadas, mas também verificamos isso de forma independente”, indicou fonte da fast-fashion ao “FT”.

Liam Byrne adiantou que já teve vários encontros com representantes da Bolsa de Nova Iorque, no início do ano, onde foi discutida a entrada da Shein nas negociações. “Disseram que havia alguns problemas de due diligence que não tinham sido esclarecidos”, indicou o ex-governante. Na opinião do ex-ministro, é necessária uma Lei dos Direitos Humanos aplicada à Grã-Bretanha e “cabe aos ministros certificarem-se de que a Shein aprova os mais elevados padrões de proteção ao trabalho forçado. Isso é algo que um Governo Trabalhista pode querer abordar”.

Na última ronda de financiamento, a Shein foi avaliada em 66 mil milhões de dólares, um valor generoso, mas que não surpreende dado as contas que tem apresentado desde que começou a venda massiva para todos os pontos do globo.

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