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“Show me the money”

Chegou a hora de analistas ou investidores “exigirem” resultados que justifiquem as avaliações bem ricas com que os títulos negoceiam.
Cristina Bernardo
20 Janeiro 2020, 11h11

Eternizada nas palavras de Cuba Mark Gooding Jr. a Tom Cruise, no filme “Jerry Maguire”, esta frase dá uma imagem bem nítida e fidedigna do sentimento predominante dos investidores à entrada para mais uma semana de negociação. Isto porque chegou a hora do mercado, i.e. analistas ou investidores, de “exigirem” resultados que justifiquem as avaliações bem ricas com que os títulos negoceiam, o que, a acontecer, muito provavelmente daria o mote para mais uma esticada por parte dos Touros.

Quando refiro a resultados, refiro-me mais concretamente às perspectivas das empresas para os próximos três e doze meses, visto que em relação ao último trimestre do ano passado, sobre a qual incide esta earnings season o consenso é para um ligeiro recuo nos lucros, mas não será um grande problema caso os números fiquem um pouco abaixo do que é antecipado, nem se ficar acima do previsto, porque o importante será mesmo o futuro de curto-médio prazo, é neste horizonte temporal que se “joga” o encontro principal.

Com valorizações na semana passada acima dos 1,8% em todos os três principais índices norte-americanos o registo foi “mais do mesmo”, com Wall Street a marcar uma linha mais elevada com novos máximos históricos, suportados em boa parte pelas tecnológicas e em menor grau pelas financeiras que passaram com distinção o teste dos resultados, numa semana que ficou marcada pela assinatura do acordo parcial entre EUA e a China que poderá dar alguma tranquilidade ao mercado no tema mais disruptivo do ano passado.

Ao nível económico os dados que foram conhecidos ajudaram ao optimismo, com as vendas a retalho na principal economia do mundo a pintarem um cenário de robustez no tópico mais relevante para os investidores, a confiança dos consumidores.

Da China os ventos também foram favoráveis com o crescimento da produção industrial ao ritmo mais elevado dos últimos nove meses, o que amenizou substancialmente o receios de um ciclo menos bom da segunda maior economia do mundo, que aparentemente está a conseguir sacudir os efeitos negativos das tarifas alfandegárias impostas pelos EUA e ainda em vigor.

O gráfico de hoje é da JP Morgan, o time-frame é mensal.

 

 

Depois de uma estagnação de quase 12 anos que começou com a bolha das dotcom, os títulos da gigante financeira estão agora mais caros que nunca.

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