O ex-primeiro-ministro italiano Sílvio Berlusconi anunciou que será candidato às eleições europeias de maio próximo e pediu que o centro-direita se envolvesse na sua candidatura de forma coordenada e unificada. Berlusconi antecipa alguma dificuldade no facto da direita da Liga e do Movimento 5 Estrelas (que asseguram uma coligação que lidera o governo) conseguirem um entendimento que viabilize uma lista comum às eleições parlamentares europeias, e pede assim o benefício de uma unificação à sua volta.
“Vou apresentar uma candidatura às eleições europeias. A aliança entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas não é natural”, disse o ex-chefe do governo. Será de recordar que a Forza Itália, de Sílvio Berlusconi, chegou a pretender fazer parte do entendimento que levou a direita à chefia do governo, mas depois de umas rondas de negociações com a Liga e o M5S, a formação do ex-primeiro-ministro foi preterida.
Na altura, alguns comentadores consideraram que a vida política de Berlusconi estava próxima do fim, mas o empresário aparenta ter sempre mais uma em carteira. E, neste caso, a vingança pode vir a servir-se fria: a coligação entre a Forza Itália e a Liga pareceu sempre bastante mais ‘natural’ que entre a Liga e o M5S. Depois das eleições, Berlusconi tentou impor essa naturalidade, mas o presidente da Liga, Matteo Salvini, pareceu na altura pouco interessado em dividir (ou mesmo perder) o protagonismo com o velho político – a que ninguém consegue ficar indiferente.
O estratega da Liga preferiu escolher o M5S, liderado por Luigi di Maio, personalidade em ascensão no universo político italiano, mas muito longe da capacidade de influência de Berlusconi.
Se o antigo chefe do governo conseguir levar até ao fim as suas intenções e obtiver um bom resultado – o que é sempre possível – será a melhor vingança de Berlusconi.
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