O ministro de Estado, Economia e Transição Digital mostrou-se esta sexta-feira “muito preocupado” com o aumento do desemprego em Portugal, apesar da resposta “excecional” que permitiu preservar inúmeras empresas e os postos de trabalho que estas representam.
Em resposta à deputada Isabel Pires, do BE, que questionava o ministro no âmbito de uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República sobre o aumento nos dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) dos números do desemprego, Siza Vieira transmitiu a preocupação do executivo com a tendência.
“Estou extremamente preocupado relativamente ao crescimento do desemprego, que, reconheço, foi sobretudo ao nível dos trabalhadores precários”, afirmou Siza Vieira, que elencou o combate à precariedade como uma das prioridades do Governo. “Temos de assegurar que os próximos empregos criados não sigam o padrão da última crise, em que os empregos criados foram precários e são depois os primeiros a desaparecer quando a crise recupera.”
Segundo os dados divulgados pelo Instituo Nacional de Estatística (INE) esta semana, a taxa de desemprego no terceiro trimestre subiu para 7,8%, estimando que havia, no final de setembro, cerca de 404 mil desempregados no pais. Face ao segundo trimestre, a taxa de desemprego disparou 45,1% entre junho e setembro, o que correspondeu à taxa de variação trimestral mais elevada da série iniciada em 2011, segundo o INE.
Nas projeções de outubro publicadas esta quinta-feira, a Comissão Europeia antecipou que a taxa de desemprego em Portugal deve subir para 8% em 2020.
O ministro defendeu ainda a importância de mecanismos como o de lay-off simplificado, que, apesar de ter sido alvo de necessárias alterações e ajustes desde o início da medida, impediu um “desemprego massivo”. Ainda assim, e confrontado com a condicionalidade dos apoios às empresas face à manutenção do emprego pelas mesmas, Siza Vieira lembrou que há “limites para as restrições administrativas ou até limites aos apoios que as empresas podem aceitar quando há condições demasiado exigentes”.
“Quando 40% de um mercado desaparece, as empresas têm imensa dificuldade em manter as portas abertas, quanto mais manter o nível de emprego e ainda mais em manter aqueles empregados contratados para responder a um pico de procura”, concluiu.
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