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Siza Vieira: “Plano de recuperação europeu investe na indústria do futuro”

Na abertura do certame AED Days, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, destacou as ameaças e oportunidades da nova realidade provocada pela pandemia da Covid-19, enunciando o que considera serem as bases para a prosperidade futura, falando para as principais empresas do sector aeronáutico, do Espaço e da Defesa.
  • Harry Murphy / Web Summit
6 Outubro 2020, 14h22

O Programa Next Generation da União Europeia – isto é, o plano de recuperação da Comissão Europeia, dotado com 750 mil milhões de euros -, o investimento na tecnologia digital e as oportunidades criadas pela economia do carbono zero – que formam os “alicerces da prosperidade futura” na UE – foram os temas destacados pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na abertura da sétima edição do evento “AED Days”, que reúne novamente as principais empresas ligadas ao cluster português para as indústrias de aeronáutica, espaço e Defesa.

O evento foi inaugurado esta manhã num formato totalmente digital, mas fortemente orientado pelos condicionalismos provocados pela pandemia da Covid-19 neste cluster – com abordagem da ameaças e das oportunidades criadas às empresas do sector, ao transporte aéreo e às atividades aeronáuticas e espaciais.

Na abertura do evento, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, sublinhou as alterações produzidas pela pandemia da Covid-19, a distância social que a pandemia implica e o respetivo impacto que esta realidade tem nos negócios, na concretização de viagens e, sobretudo, ao nível do transporte aéreo, e dos planos de toda a indústria aeronáutica.

Mesmo assim, Siza Vieira considera que “estamos a viver tempos de disrupção, mas também de novas oportunidades”, o que se nota no “interesse manifestado pelas indústrias deste sector em acelerar investimentos na investigação e desenvolvimento de novas tecnologias que permitam reduzir as emissões globais de CO2, mas também pela forma como está a ser repensada a forma como se viaja”.

As alterações provocadas pela pandemia da Covid-19 formam uma nova tendência – acompanhada por empresas e pelos organismos governamentais –, que permite, segundo Siza Vieira, “conquistar uma prosperidade futura, o que se nota no Programa Next Generation da União Europeia, que contém diversas perspetivas para facilitar o investimento nessa prosperidade vindoura”.

O ministro considera que este programa “permite financiar o investimento na dupla perspetiva de incentivar e promover o desenvolvimento das tecnologias digitais e de consolidar a melhoria climática”, com menos emissões de CO2.

“O Programa Next Generation da UE investe na indústria do futuro”, refere Siza Vieira, esclarecendo que “os fundos disponíveis neste programa apoiam projetos de carbono zero e melhoram a qualidade dos centros tecnológicos”.

“Excelente oportunidade para discutir o futuro de Portugal”

Na abertura do evento participou igualmente o presidente do AED Cluster Portugal, José Neves, que sublinhou o facto do “AED Days 2020” ser “uma excelente oportunidade de discussão sobre o futuro de Portugal para os setores da Aeronáutica, Espaço e Defesa”.

“Através da participação de organizações de renome internacional será possível explorarmos as oportunidades destas indústrias determinantes para a economia do nosso país e ainda termos uma perceção global da realidade que enfrentamos nestes tempos desafiantes”, referiu José Neves.

Assim, a sétima edição deste fórum será realizada totalmente em formato digital, com o primeiro dia do evento – 6 de outubro – dedicado a uma conferência de âmbito institucional, numa abordagem macro dos temas, incluindo a geopolítica e o seu impacto no cluster português, a adaptação das indústrias às necessidades dos mercados do futuro e a mobilidade mais sustentável.

A sétima edição dos “AED Days”, realiza-se entre hoje, 6 de outubro e 8 de outubro, e é a primeira edição virtual deste certame que conta com todo o ecossistema nacional dos setores da Aeronáutica, Espaço e Defesa e igualmente com key players internacionais, entre os quais Omer Bar-Yohai, CEO da  Eviation Craft, a empresa responsável pelo primeiro avião de passageiros totalmente elétrico.

Entre os oradores participantes estiveram esta manhã João Pedro Taborda, da responsável da Embraer, Cesar Sanchez Lopez da Airbus, Marc Cathelineau da Thales, Alexandre Solis da OGMA e Robert Edwards da Bell Flight, moderados por Marco Capitão Ferreira da IDD – Portugal Defence.

Dos microssatélites aos micro lançadores

Da parte da tarde estão previstas as intervenções de Daniel Moczydlower da Embraer X, de Gretchen Dahlberg na Northrop Grumman, de Ibrahim Yimer da NRC, de José Neves do AED Cluster Portugal e de Ricardo Conde da Portugal Space.

Os programas para 7 e 8 de outubro incluem workshops técnicos, encontros B2B entre participantes e um fórum de exposição virtual. Na quarta-feira 7 de outubro será discutida a forma como a indústria 4.0 está a transformar os sectores da Aeronáutica, Espaço e Defesa, bem como as iniciativas nacionais nos novos mercados disruptores dos microssatélites e micro lançadores e a estratégia do “Portugal Space 2030”. Quinta-feira, 8 de outubro será focada na dinamização das cadeias de fornecimento aeronáuticas, com empresas nacionais e internacionais, nas redes de living labs e nas oportunidades no setor da Defesa, nomeadamente no sector naval.

Refira-se que o AED Cluster Portugal é o cluster português para as indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa criado em 2016 como uma associação privada sem fins lucrativos. Em 2017 recebeu o reconhecimento oficial do Governo português enquanto “Cluster de Competitividade Emergente” e já envolve mais de 80 entidades estabelecidas em Portugal nos três setores. Os objetivos estratégicos do AED Cluster Portugal têm quatro pilares principais, designadamente, o “financiamento e regulamentação”, as “pessoas e competências”, a “inovação e valor”, os “mercados e oportunidades”.

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