[weglot_switcher]

Sobrevivência empresarial na pandemia

A mentalidade deve adaptar-se rapidamente a novas situações e respirar uma atitude ágil. Com simplificação, automação e inovação digital. E ainda uma fatia de humanismo que o ajude a liderar as suas equipas.
11 Dezembro 2020, 09h11

As empresas têm de vender mais, reduzir custos e gerar margem para sobreviver. Mas a execução simultânea desses três objetivos no meio de uma pandemia é uma missão impossível. As pessoas estão confinadas em suas casas, reduzindo drasticamente o consumo de bens, não visitam lugares e não viajam. No entanto, algumas necessidades básicas são mantidas e aumentadas, como a comida, bebidas e papel higiénico.

O desemprego será uma verdadeira catástrofe nos próximos meses (BLS.GOV, 2020). Segundo a Mckinsey, “a indústria automóvel é uma das maiores do mundo e tem sido devastada pela pandemia: as vendas podem cair 20 a 30% em 2020, e estimamos que os lucros caiam em 100 mil milhões de dólares (2020.10.28). Algumas das empresas com melhor desempenho em 2020 foram identificadas num estudo recente da sciencemag.org (Alaina G. Levine,2020.10.30). Verifica-se uma contribuição importante para o PIB de indústrias como Tecnologia, Farmacêutica, Banca, Seguros e Cuidados de Saúde.

Vender mais

Para sobreviver, as empresas precisam de vender mais e aumentar as suas receitas. Isto implica gerar valor para o cliente, introduzir alguma inovação real de produtos, e cortar nas trivialidades do marketing. As organizações sobreviventes serão as vencedoras na eficácia porque não há espaço para segundos lugares. Identificamos algumas propostas.

As organizações e os líderes empresariais devem desafiar o statu quo e entregar valor real aos clientes, à sociedade e ao ambiente. Velocidade, Agilidade e Colaboração serão características comuns, todas obrigatórias para serem bem-sucedidas (EY, 2020).

A importância de ser excelente na comunicação é fundamental, sendo o veículo para trazer novas oportunidades comerciais. As abordagens precisam ser reinventadas e centradas na experiência do cliente, fornecendo a informação que os clientes exigem, quando a exigem. Além disso, com novos formatos multimédia, mais curtos, simples e com extrema boa qualidade.

Reduzir custos

A mentalidade deve adaptar-se rapidamente a novas situações e respirar uma atitude ágil. Com simplificação, automação e inovação digital.

Chegou a altura de fazer novos investimentos e de redesenhar operações ineficientes (UE, 2020). Este capital (mais de 1,7 triliões de euros, 2021-2027) permitirá às empresas redesenhar os modelos operacionais existentes e introduzir novos produtos, novos canais e novos modelos de negócio, mais ajustados às necessidades atuais das pessoas e organizações.

Há uma urgência especial (quatro meses) para definir e apresentar boas estratégias nacionais para a aplicação do apoio financeiro, seguida das candidaturas das organizações em projetos alinhados com essa estratégia, e com o potencial para recuperar o balanço de empresas, regiões e países (UE, 2020).

Para reduzir os custos, as organizações precisam de investir dinheiro, quer das suas poupanças, quer de apoio financeiro externo, disponível através de bancos ou fornecido pelos governos (EBF, 2020). Os melhores projetos, com o modelo de negócio mais forte, serão financiados, mas os outros não terão recursos para sobreviver. Num cenário global, representa “a” oportunidade para a Europa recuperar a competitividade (UE,2020).

Gerar margem operando em modo de crise

O estabelecimento de programas de fidelização e o aumento do preço dos produtos podem ajudar a aumentar as margens operacionais. Vender mais e reduzir custos através do aumento da eficiência são opções óbvias e tradicionais, suportadas em metodologias como Lean six sigma ou Kaizen.

Todas as alternativas necessitam de boas práticas comuns e de suporte através de medição. A afirmação “gestão por números” nunca antes representou uma opção tão importante para os líderes, sendo crucial para navegar no oceano incerto da realidade de hoje (Mckinsey, 2020) (BMJ, 2020).

Eventos em rápida mudança exigem decisões rápidas e uma grande alteração no processo de gestão das organizações. É necessário simplificar as operações e, com os mesmos investimentos, introduzir modelos de negócio inovadores para surpreender positivamente os seus clientes, recolher feedback e medir cada etapa do ciclo comercial.

Prepare-se para a mudança, aprenda a aceitá-la naturalmente sem resistir, e decida com base em números (factos). Ao alcançar estes novos comportamentos e juntando uma boa quantidade de coragem para enfrentar o oceano vermelho de incertezas, você está preparado para chegar a um porto seguro. E, por favor, não se esqueça de juntar uma fatia de humanismo para o ajudar a liderar as suas equipas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.