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Sonae: Cláudia Azevedo vê 2024 como “extraordinário” para o grupo e 2025 “perdido” para Portugal

Ciente de que, em termos políticos, o próximo ano será um ano perdido, a CEO do grupo salientou a rentabilidade, os investimentos e a dimensão da Sonae como os seus principais ‘skills’.
20 Março 2025, 11h36

Rentabilidade operacional de mil milhões de euros, 57 mil colaboradores, um volume de negócios de 10 mil milhões, mil milhões de salários, 6,2 mil milhões de pagamentos a fornecedores, 1,6 mil milhões de investimentos (dos quais 400 milhões em Portugal) e um aumento dos impostos pagos. Foram estes os destaques que Cláudia Azevedo, CEO do grupo Sonae, destacou na apresentação dos resultados referentes a 2024.

Sem referir os resultados líquidos, que encolheram cerca de 37,5%, a CEO afirmou que “somos líderes em quase todos os negócios em que estamos”. Retalho, imobiliário, telecom e tecnologias de informação compõem o portefólio do grupo – que, referiu ainda Cláudia Azevedo, continua a liderar o retalho: mais de mil lojas 4,5 milhões de utilizadores do cartão de fidelização e um crescimento de 0,5 pontos percentuais em termos de quota nacional são o quadro que apresentou.

Referindo-se à situação política, Cláudia Azevedo disse que o próximo ano será “um ano perdido para Portugal”, uma vez que, ao contrário do que disse há um ano (o governo entrava em funções há poucos dias), os políticos não estão focados nas pessoas. Talvez por isso, ou também por isso, “em 2025 não vamos com certeza investir 1,6 mil milhões, como fizemos em 2024”.

“Em 2024, integrámos a Musti no nosso portefólio. Esta aquisição, feita em parceria com a atual equipa de gestão, reforçou a nossa presença internacional e posição no mercado crescente de cuidados para animais de estimação. Com as tendências favoráveis neste segmento, e capitalizando nas nossas competências de retalho, o potencial de criação de valor é claro. Em novembro, a Musti expandiu a sua presença para os países bálticos através da aquisição da Pet City, reforçando a nossa estratégia de crescimento neste sector”, referiu.

“Na Sierra, desenvolvemos competências únicas no sector imobiliário que permitirão um crescimento sustentado em negócios adjacentes”, num quadro em que o segmento dos centros comerciais tem uma ocupação próxima dos 100%, com uma lista de espera ’quilométrica’.

A NOS alcançou resultados operacionais e financeiros recorde. A empresa reforçou a sua quota de mercado em Portugal, após anos de fortes investimentos na modernização das suas redes móveis e fixas para proporcionar a melhor experiência aos seus clientes. Já em 2025, a NOS anunciou a aquisição da Claranet Portugal, um marco importante no robustecimento e atratividade da sua oferta de serviços B2B de tecnologias de informação e reafirmar-se como o parceiro de eleição para as empresas portuguesas. Estou confiante de que a NOS continuará a vencer num mercado cada vez mais desafiante.

“Num mundo muito incerto, vemos o futuro com muito otimismo”, referiu a CEO do grupo. “Entusiasma-nos fazer coisa novas”, referiu.

João Gunther do Amaral, Chef Developmente Officer, disse por seu turno que “estamos a apresentar excelentes resultados”. “Vivemos tempos de fortíssima transformação”: IA, digitalização e finalmente “uma transformação geopolítica muito acelerada, muitas vezes quase impossível de compreender”. Mesmo assim, disse, “na Sonae, a pergunta é como vamos liderar a mudança”.  Entre 20220 e 2023, o grupo investiu 530 milhões de euros em investigação.

João Dolores, o CFO do grupo, disse também que “os resultados foram absolutamente extraordinários”, num quadro em que o portefólio mudou. Desde logo na área da saúde e beleza na Península Ibérica, no segmento ‘pet’ na Escandinávia e nos Bálticos – “com um forte potencial de crescimento e de expansão para outras geografias”. O CFO referiu também a francesa BCF (aminácidos) e a aquisição da Claranet pela NOS.

O CFO referiu ainda que o Continente atingiu um volume de negócio de 6,5 mil milhões de euros, mais 7,1% que no ano anterior – com o reforço da quota de mercado, que, segundo o balanço, foi da ordem de 0,5 pontos percentuais. O crescimento orgânico (excluindo aquisições) foi de 7% para a totalidade do grupo, referiu Joao Dolores. Numa base comparável, os resultados líquidos cresceram 18%, para os 223 milhões de euros, disse ainda.

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