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Sonae mantém lucros e acumula investimento de 1,2 mil milhões

O volume de negócios consolidado totalizou 2,1 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2024 (1T24), aumentando 11% “fruto do forte investimento e do crescimento dos negócios de retalho,
21 Maio 2024, 19h47

O grupo Sonae revelou que o resultado líquido atribuível aos acionistas atingiu 25milhões de euros no final do primeiro trimestre do ano, mantendo-se estável face ao período homólogo. Já o volume de negócios consolidado totalizou 2,1 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2024 (1T24), aumentando 11% “fruto do forte investimento e do crescimento dos negócios de retalho, com a MC e a Worten a reforçarem as suas posições de liderança”, refere o grupo em comunicado enviado à CMCM.

O EBITDA melhorou 13%, para 180 milhões de euros, “traduzindo o investimento no desenvolvimento dos negócios e o sólido desempenho dos negócios de retalho e telecomunicações. O investimento consolidado totalizou 1.212 milhões de euros nos últimos 12 meses, superando 700 milhões de euros no 1T24, com expansão orgânica dos negócios e aquisições”.

Sonae refere ainda que concluiu com sucesso a OPA sobre a Musti, assumindo o controlo da empresa líder de mercado no retalho de produtos para animais de estimação nos países nórdicos, e já no 2T24 concluiu a aquisição de uma participação de 89,1% na BCF Life Sciences, empresa francesa de ingredientes para a indústria da nutrição”.

Comentando os resultados, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, disse, citada pelo comunicado, que “o ano começou de forma muito positiva para a Sonae. O sucesso da oferta pública de aquisição sobre a Musti nos países nórdicos foi um passo importante na nossa ambição de construir uma nova avenida de crescimento no nosso portefólio. Demos as boas-vindas à Musti (o retalhista líder no setor de produtos para animais de estimação nos países nórdicos) no nosso grupo e contamos ir mais longe juntos neste caminho. Em termos globais, o desempenho dos nossos negócios foi novamente forte neste trimestre, tendo resultado num crescimento adicional (+2% face ao final de 2023) do valor do nosso portefólio para 4,6 mil milhões de euros (2,38 euros/ação)”.

“Os nossos negócios de retalho continuaram a superar-se no 1T24, com a MC e a Worten a reforçarem, mais uma vez, as suas posições de liderança. A MC manteve o seu foco incansável em oferecer a melhor proposta aos seus clientes e capturar novas melhorias operacionais, beneficiando, ao mesmo tempo, da recuperação dos volumes no negócio alimentar, suportada por um ambiente de consumo resiliente e efeitos de calendário favoráveis. A Worten apresentou uma melhoria das vendas e da rentabilidade, sustentada pelo crescimento do seu marketplace, num contexto de intensa atividade promocional no mercado de eletrónica. A Sierra e a NOS também continuaram a apresentar uma dinâmica positiva e melhorias no desempenho operacional e financeiro. Estes robustos resultados do nosso portefólio levaram o volume de negócios consolidado a aumentar 11% em termos homólogos para 2,1 mil milhões de euros, e o EBITDA consolidado a crescer 13% em termos homólogos, para 180 milhões de euros”.

Em termos de estrutura de capitais, e apesar do investimento significativo na Musti, o rácio Loan-to-value da holding manteve-se em níveis muito confortáveis, tendo atingido os 13% no final deste trimestre. Já em abril, a subsidiária Sparkfood concluiu a aquisição de uma participação de 89% na BCF Life Sciences, em França, marcando mais um passo importante no desenvolvimento do nosso portefólio neste segmento. A BCF é especializada na produção de novos ingredientes através de processos inovadores apoiados nos princípios da economia circular e irá expandir o nosso ecossistema de negócios de ingredientes alimentares.

Por fim, “a nossa Assembleia Geral aprovou a distribuição de um dividendo por ação de 0,05639 euros, +5% face ao ano passado, consistente com a nossa política de dividendos, e refletindo um dividend yield de 6,2%”.

O investimento consolidado da Sonae superou os 1,2 mil milhões de euros nos últimos 12 meses, com o investimento no 1T24 a superar os 700 milhões de euros. Nos primeiros três meses do ano o Grupo investiu no reforço da internacionalização do portefólio e prosseguiu a sua aposta no mercado português, com destaque para expansão e remodelação do parque de lojas da MC.

No retalho alimentar, a MC prosseguiu com a expansão e remodelação do parque de lojas, abrindo 28 unidades durante o 1T24, das quais seis novas lojas de proximidade Continente Bom Dia. Estes desenvolvimentos, juntamente com melhorias na infraestrutura tecnológica e logística, levaram o investimento (capex) da MC a atingir 57 milhões de euros (+15%). No setor de retalho alimentar português, o ambiente concorrencial no 1T24 permaneceu dinâmico e a inflação alimentar reduziu significativamente quando comparada com o ano anterior (20,5% no 1T23 vs 1,2% no 1T24), favorecendo a resiliência do consumo, e a competitividade no mercado permaneceu elevada. Neste contexto, a MC reforçou a sua quota de mercado e o seu volume de negócios aumentou 9,4% yoy para 1,6 mil milhões de euros no 1T24, beneficiando do sólido desempenho tanto no negócio alimentar como no de saúde, beleza e bem-estar. O crescimento LfL no negócio alimentar atingiu 7,4%, motivado por uma robusta recuperação dos volumes, mas também pelo contexto de redução da inflação alimentar e pelos efeitos positivos do calendário (ano bissexto e Páscoa).

No retalho de eletrónica, a Worten começou o ano de forma positiva, reforçando a sua posição de liderança num contexto de mercado fortemente concorrencial. No 1T24, o volume de negócios atingiu 310 milhões de euros, crescendo 9,3% em relação ao ano anterior (+5,3% LfL). As categorias core (eletrónica e eletrodomésticos) e as novas avenidas de crescimento (serviços e novas categorias de produtos) impulsionaram este crescimento, com a empresa a capitalizar no seu marketplace, para robustecer a gama de produtos, e na sua oferta de serviços, para aumentar a share of wallet. O canal online continua a demonstrar uma forte resiliência trimestre após trimestre e, face ao período homólogo, as vendas cresceram 17% e reforçaram o seu peso no volume de negócios para 16%. A iServices apresentou um crescimento sólido do volume de negócios, expandindo simultaneamente a sua presença em Portugal e internacionalmente, nomeadamente em Espanha, França e Bélgica, abrindo um total de sete novas lojas, das quais três fora de Portugal.

No sector imobiliário, a Sierra registou um bom início de ano, com o portefólio europeu de centros comerciais a ter um forte desempenho. Durante o 1T24, ficou demonstrada, mais uma vez, a resiliência e qualidade dos ativos: as vendas dos lojistas cresceram 7,4% em termos comparáveis e as taxas de ocupação permaneceram elevadas (+0,3pp para 98,0%). A área de serviços continuou a avançar na execução da sua estratégia, com movimentos relevantes de diversificação setorial e de novos veículos de investimento (como a aquisição do primeiro hotel pelo seu veículo de investimento em ativos de hotelaria). Numa base proporcional, o resultado direto aumentou 3% vs 1T23 para 15 milhões de euros, essencialmente devido ao forte desempenho do portefólio europeu de centros comerciais, com o resultado líquido a atingir 14 milhões de euros.

Nas tecnologias, a Bright Pixel continuou a executar a sua estratégia e a valorizar os investimentos do seu portefólio ativo, que atualmente inclui 43 empresas localizadas em todo o mundo, em áreas como cibersegurança, tecnologias de retalho e infrastructure software. Durante o 1T24, a Bright Pixel priorizou o desenvolvimento de um pipeline de potenciais empresas para expandir o seu portefólio nos próximos trimestres, mantendo-se simultaneamente focada na gestão ativa do seu portefólio. O valor (NAV) e o capital investido do portefólio ativo situaram-se nos 344 milhões de euros e 177 milhões de euros, respetivamente, representando um cash-on-cash potencial de 1,9x do portefólio atual.

Nas telecomunicações, a NOS começou o ano de forma robusta, mais uma vez com um sólido crescimento de vendas e de rentabilidade, suportado por um desempenho muito positivo das Telecomunicações. Nas contas consolidadas da Sonae, o contributo da NOS pelo método de equivalência patrimonial atingiu 24 milhões de euros no 1T24, significativamente acima dos 10 milhões de euros registados no 1T23, explicado pela melhoria do desempenho operacional e por um efeito não recorrente relativo ao recebimento de taxas de atividade na sequência de uma decisão judicial favorável.

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