A cerca de um ano das eleições legislativas agendadas para setembro ou outubro de 2019, a Aximage divulgou hoje uma sondagem em que o PS lidera as intenções de voto com 38,9%, seguido pelo PSD com 24%, pelo CDS-PP com 9,2%, pelo BE com 9,1% e pela CDU com 7,4%. Estes números tenderão a manter-se nos próximos 12 meses, até à confirmação nas urnas de voto? No passado recente há exemplos de mudança e de estabilidade.
Em outubro de 2014, por exemplo, uma sondagem da Aximage indicava 40,4% de intenções de voto no PS, à frente do PSD com 27,5%, da CDU com 9,2%, do BE com 7,7% e do CDS-PP com 6,1%. Estava em funções o Governo de coligação PSD/CDS-PP, enquanto o PS ainda era liderado por António José Seguro (um mês depois foi derrubado por António Costa, via eleições diretas extraordinárias). Nas eleições legislativas de 2015, porém, a coligação PSD/CDS-PP obteve 38,5% dos votos, à frente do PS com 32,3%, do BE com 10,1% e da CDU com 8,2%. Ou seja, nos últimos 12 meses da legislatura ocorreu uma mudança considerável.
Mais atrás no tempo, em junho de 2010, uma sondagem da Aximage colocava o PSD na liderança, com 33,9% das intenções de voto, seguindo-se então o PS com 32,8%, a CDU com 10,6%, o BE com 10,4% e o CDS-PP com 7,9%. Este é um caso diferente, na medida em que não se previa a queda do segundo Governo de José Sócrates e a convocação de eleições legislativas em junho de 2011. A situação de pré-bancarrota e o pedido de resgate financeiro tiveram evidentemente um grande impacto: o PSD obteve 38,6% dos votos, enquanto o PS ficou com 28%, o CDS-PP com 11,7%, a CDU com 7,9% e o BE com 5,1%. Em apenas 12 meses, o PS, a CDU e o BE perderam muitos votos (ou intenções não confirmadas).
Em sentido inverso, a sondagem da Marktest de setembro de 2008 produziu resultados quase idênticos aos verificados nas eleições legislativas do ano seguinte. O PS liderava as intenções de voto com 36,1%, seguindo-se o PSD com 29,3%, a CDU com 12,6%, o BE com 10,9% e o CDS-PP com 7,1%. O primeiro Governo de José Sócrates dispunha de maioria absoluta e procurava garantir a reeleição, mas acabou por ficar aquém desse objetivo: o PS conquistou 36,5% dos votos, à frente do PSD com 29,1%, do CDS-PP com 10,4%, do BE com 9,8% e da CDU com 7,8%. A única discrepância assinalável entre a sondagem e o resultado eleitoral verificou-se nos votos da CDU e do CDS-PP, fenómeno recorrente nas últimas décadas (o CDS-PP tem quase sempre mais votos em eleições do que intenções de voto em sondagens).
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