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Sucessora de Angela Merkel ‘implora’ aos britânicos que permaneçam na União Europeia

Annegret Kramp-Karrenbauer, a nova líder do partido de Angela Merkel, é apenas uma das muitas personalidades públicas alemãs que se têm envolvido numa campanha para dissuadir os britânicos de abandonarem a Europa que fica do lado de cá do canal da Mancha.
18 Janeiro 2019, 13h53

Annegret Kramp-Karrenbauer, nova líder do partido da chanceler Angela Merkel, escreveu uma carta aberta aos britânicos em que pede que o país reconsidere e reverta a sua decisão de sair da União Europeia. Mas não o fez do modo que se estaria à espera de uma política, mas sim como se fosse uma missiva íntima ou pelo menos mais calorosa e intimista.

Annegret Kramp-Karrenbauer argumenta que os dois países partilham um laço indissolúvel graças ao papel da Grã-Bretanha na reconstrução da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. “Sem a sua grande nação, este continente não seria o que é hoje: uma comunidade caraterizada pela liberdade e pela prosperidade”, diz. “Se a Grã-Bretanha desejar sair definitivamente da União Europeia, sempre terá amigos na Alemanha e na Europa”.

“Mas os britânicos devem igualmente saber que acreditamos que nenhuma escolha é irreversível. A nossa porta permanecerá sempre aberta: a Europa é o lar de todos. Sentiríamos falta do lendário humor negro britânico, de iríamos a um pub depois do trabalho para tomar uma cerveja, perderíamos chá com leite e guiar pelo lado esquerdo da estrada. Mas mais do que qualquer outra coisa, sentiríamos falta do povo britânico – os nossos amigos do outro lado do canal. Sentiríamos falta da Grã-Bretanha como parte da União Europeia, especialmente nestes tempos conturbados. Portanto, os britânicos devem saber: do fundo de nossos corações, queremos que eles fiquem”, escreve, num tom que está muito para além de qualquer recado político.

Kramp-Karrenbauer, de 56 anos, disse ao jornal The Times que “lamento muito que a Câmara dos Comuns tenha rejeitado o acordo de saída por uma clara maioria. Um Brexit desordenado sem um acordo é a pior de todas as soluções. Londres deve agora apresentar propostas construtivas sobre como proceder. Não vamos bloquear o caminho para a Grã-Bretanha permanecer na União”.

A iniciativa da nova líder da CDU não está isolada: de facto, uma série de responsáveis políticos (mas não só) tem vindo a insistir com os britânicos para que se mantenham na União Europeia. Andrea Nahles (líder dos social-democratas do SPD, Annalena Baerbock e Robert Habeck (do Partido os Verdes), Dieter Kempf (presidente da Federação das Indústrias Alemãs), Norbert Röttgen (parlamentar conservador e ex-ministro que preside o Comité de Relações Exteriores do Parlamento), e Franziska Brantner (parlamentar que estudou no St. Anthony’s College, em Oxford, são algumas das figuras que estão fortemente empenhados em pedir (quase implorar) aos britânicos que fiquem na União.

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