A ministra da Educação sueca, Lotta Edholm, declarou que o sistema educacional gratuito é “um fracasso”. Depois destas declarações, e em entrevista ao “The Guardian”, Edholm prometeu a maior remodelação em 30 anos.
As friskolor suecas, escolas privadas que funcionam com dinheiro públicos, têm atraído aplausos da comunidade internacional, nomeadamente do ex-secretário da educação britânico, Michael Gove, que as utilizou como modelo para centenas de novas escolas gratuitas no Reino Unido.
No entanto, e apesar desta aclamação internacional, nos últimos anos têm existido uma queda nos padrões educativos suecos, o aumento da desigualdade e o crescente descontentamento entre professores e pais estão a dar um maior ênfase e impulso político para uma mudança no sistema educativo.
Em junho, um relatório do sindicato de professores sueco alertou para as consequências negativas deste se ter tornado num dos sistemas escolares mais mercantilizados do mundo. Perante este relatório, o sindicato exigiu que fossem eliminadas, progressivamente, as escolas com fins lucrativos e que durante este processo se reinvestisse quaisquer lucros nos seus negócios.
Lotta Edholm, ministra sueca, abriu uma investigação sobre a questão da reforma do sistema educativo. “Não será possível obter lucros à custa de uma boa educação”, salienta a ministra.
Os maiores lucros têm sido registados nas escolas secundárias, gymnasieskola, onde segundo a ministra “é mais fácil obter lucros por ter má qualidade”.
Na Suécia existem milhares de escolas friskolor, que se traduzem como “escolas independentes”, mas são conhecidas como “escolas gratuitas”. Segundo dados do ‘The Guardian’, cerca de 15% de todos os alunos do ensino primário e 30% dos alunos do ensino secundário frequentam uma escola gratuita.
A ministra acusa algumas escolas de inflacionarem as notas dos alunos, com professores a premiarem os alunos com notas mais elevadas. Considera-se que este é um problema particular nas escolas gratuitas com uma baixa proporção de professores qualificados e nas escolas que são geridas como sociedades por ações.
“As escolas gratuitas têm tendência a dar notas mais altas do que as escolas municipais. Isto corre o risco das escolas municipais começarem a fazer o mesmo, o que é mau”, salienta a ministra.
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