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“Sustentabilidade da Segurança Social? Discussão tornou-se tribalista”, lamenta Carla Castro

A antiga deputada da Iniciativa Liberal defendeu esta quarta-feira, em conferência do JE, que a discussão em torno da sustentabilidade do sistema de pensões tornou-se ideológica e que há um papel das seguradoras no sentido de promover a literacia de risco.
16 Julho 2025, 10h17

O debate em torno da sustentabilidade da Segurança Social tornou-se tribalista e ideológico, algo que está a prejudicar a discussão em torno das soluções que podem ser encontradas. A ideia foi defendida esta quarta-feira por Carla Castro, economista e diretora de e-commerce, verticais e parcerias da Unicre.

Esta quarta-feira, 16 de julho, o JE promove um encontro, no Hotel Intercontinental, em Lisboa para discutir a perspetiva de evolução no setor dos seguros. O mote é a incerteza e como a partir desta se olha para o futuro, tendo em conta particularmente a evolução demográfica e o desenvolvimento tecnológico. O que esperamos agora, o que podemos esperar no futuro.

Enquanto deputada da Iniciativa Liberal, Carla Castro integrou o grupo de trabalho sobre sistema de pensões e trouxe alguma dessa experiência para a conferência do JE: “Não tem sido uma prioridade e o debate público relativamente à Segurança Social tem-se degradado no espaço público. Ainda há alguns anos discutia-se os pilares da Segurança Social. A discussão passou a ser tribalista e ideológica e isso não contribui para as soluções que vão ter que existir, é inevitável”.

Esta economista considera que é importante promover as diferentes literacias, da económica à de risco: “Devíamos contribuir para a literacia económica e literacia do risco. Temos de pensar qual é o horizonte e o que queremos deixar aos nossos filhos. Vai haver uma degradação a médio prazo: se hoje as pensões são baixas, no futuro não vai melhorar. Discutir o segundo e o terceiro pilar é importante. Este é uma tema de consciência”. Carla Castro sublinha que a literacia “não é uma buzzword” e que a literacia do risco “é muito importante”: “Há soluções à vista, são conhecidas, convém é falar com descontração e com ânimo”.

E como é que os portugueses encaram a proteção social e a conjugam com a responsabilidade individual? A responsável da Unicre defende que há aqui “responsabilidades mistas”: “Estamos confortáveis com o modelo social mas não nos podemos imiscuir da nossa responsabilidade individual. Quando se comparam números de poupança, é difícil tirar liquidez do próprio património. Não precisamos de inventar nada: no tema da poupança existem soluções e estão experimentadas”.

Carla Castro enfatizou ainda que, no que diz respeito ao incentivo à poupança, “há coisas que passam subrepticiamente via fiscal que depois influenciam imenso a questão da poupança. Os players do sector têm que ser mais ativos no espaço público relativamente ao tema da literacia financia e da poupança”, defendeu.

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