[weglot_switcher]

TAP? “Estado deve ter maioria do capital e devemos abrir ao investimento estrangeiro”, diz Pedro Nuno Santos

Secretário geral do Partido Socialista defende que esta é a “melhor opção” para o futuro da companhia aérea portuguesa, até porque assume que, hoje, os três principais grupos de aviação europeus estão disponíveis para entrar com uma participação minoritária no capital da TAP.
5 Maio 2025, 16h04

Pedro Nuno Santos volta a defender a entrada de investidores estrangeiros na TAP através de uma participação minoritária no capital da companhia aérea portuguesa. “O Estado deve ter a maioria do capital da TAP e devemos abrir capital ao investimento estrangeiro, nomeadamente de outros grupos da indústria”, afirmou o secretário geral do Partido Socialista (PS), num almoço-debate promovido pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) esta segunda-feira em Lisboa.

De resto, esta é uma posição que já defendia quando liderava a pasta das Infraestruturas no governo de António Costa. “Aquilo que sempre defendi quando na altura era ministro era que se abrisse o capital da companhia aérea para permitir a sua integração com outros grupos de aviação”, salientou, recordando que se a TAP não tivesse sido intervencionada pelo Estado teria tido muitos problemas, podendo inclusive ter encerrado.

“Já tivemos exemplos noutros países em que a companhia de bandeira fechou e a sua recuperação nunca aconteceu. E, por isso, seria um prejuízo incalculável para a nossa economia nós deixarmos uma empresa crítica e central para o desenvolvimento nacional”, referiu.

Face a este cenário, Pedro Nuno Santos relembrou que, após essa intervenção, a TAP passou de prejuízos de 100 milhões de euros a lucro, e que, por isso, a companhia aérea, neste momento, “não é um problema financeiro para o Estado português”, mas que não é por isso que a TAP deve atuar sozinha no atual contexto mundial.

“Acho que nós teríamos aqui grandes vantagens em sinergias com outros grupos de aviação. Esta é a melhor opção. Precisamos da TAP a voar a partir de Lisboa. É aqui que está o seu ADN, mas obviamente precisamos de uma TAP a olhar para a Madeira, para o Algarve, para o Porto”, sublinhou, realçando que esse cenário nunca será olhado da mesma maneira se a maioria do capital da companhia for privado.

“A tendência normal de qualquer companhia é que funcione num hub e a concentração da esmagadora maioria das suas operações é nesse hub, e é por isso que ter um acionista como o Estado com maioria de capital também é uma garantia de que nós continuamos a ter TAP na Madeira, no Algarve e no Porto”, afirmou Pedro Nuno Santos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.