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TAP. Trabalhadores rejeitam companhia em mãos espanholas e querem Estado na empresa

Os desejos são expressos ao “Diário de Notícias” pelos líderes dos sindicatos mais representativos dos trabalhadores da TAP, no dia em que o Governo dá a conhecer as condições de venda da companhia.
28 Setembro 2023, 08h09

Os trabalhadores da TAP não querem que a companhia passe para mãos espanholas (o mesmo é dizer que não pretendem que a empresa seja adquirida pelo grupo IAG que detém a espanhola Ibéria e a British Airways) e pretendem que o Estado tenha uma participação na TAP no futuro.

Os desejos são expressos ao “Diário de Notícias” (na edição desta quinta-feira) pelos líderes dos sindicatos mais representativos dos trabalhadores da TAP, no dia em que o Governo dá a conhecer as condições de venda da companhia.

O JE teve acesso à versão confidencial do plano de reestruturação da TAP, no qual Bruxelas estima que o equity da companhia em 2025 valerá entre 1.070 e 1.975 milhões de euros. Plano aprovado em dezembro de 2021 prevê injeções do Estado de 3,2 mil milhões.

Sobre o possível interesse do grupo IAG na TAP, Luís Gallego, CEO do International Airlines Group (IAG), disse esta quarta-feira no âmbito do “World Aviation Festival” que teve lugar em Lisboa. “Queremos ver as condições de privatização da TAP. Seria algo interessante para nós”, disse Luis Gallegos. “Queremos ter várias marcas e companhias aéreas debaixo do nosso portefólio. Tudo começou com a British Airways e a Iberia. Estamos sempre abertos a ter mais grandes empresas, grandes marcas, no nosso portéfolio”, afirmou.

Este interesse não cai bem junto dos trabalhadores, de acordo com declarações de Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos de Aviação (SPAC) ao “DN”: “Quando a IAG comprou a Air Europa tentou esmagar as condições de todos os trabalhadores,  chegou mesmo a haver uma greve marcada”, referiu este líder sindical. Além disso, recorda este dirigente, “há o risco do hub ser desviado para Madrid e de TAP ser uma companhia de lançamento que os grupos compram para ocupar as nossas rotas que são muito lucrativas”.

Por outro lado, e relativamente à forma como o Estado vai manter uma palavra a dizer no futuro da TAP, Pedro Figueiredo, porta-voz do Sintac, defende que “o Estado deve ter um papel importante e decisório no futuro da companhia e não abster-se da sua visão estratégica”. Para Pedro Figueiredo, não é admissível que o Estado se abstenha da sua visão estratégia para a TAP porque “se se retirar desta equação pode estar a condenar a TAP no médio longo-prazo.

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