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Tarifas criaram ambiente mais favorável para acordo Mercosul-UE e Portugal é parceiro, destaca ApexBrasil

Lembrando que “a Europa [União Europeia], se fosse um país, seria o segundo parceiro comercial do Brasil, só atrás da China, e maior do que os Estados Unidos”, o líder da APEX, salientou que já hoje há um fluxo comercial “muito bom” entre o bloco europeu e o Brasil.
24 Abril 2025, 11h08

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) disse, em Lisboa, que as tarifas de Donald Trump “criaram um ambiente mais favorável” à ratificação do acordo Mercosul-União Europeia e Portugal é “parceiro” para implementação.

“O que os EUA estão a falar é de tarifas, de criar barreiras comerciais [a nível global], e o acordo Mercosul-União Europeia fala de comércio livre entre dois polos económicos importantes”, sublinhou Jorge Viana, em declarações à Lusa.

Lembrando que “a Europa [União Europeia], se fosse um país, seria o segundo parceiro comercial do Brasil, só atrás da China, e maior do que os Estados Unidos”, o líder da APEX, salientou que já hoje há um fluxo comercial “muito bom” entre o bloco europeu e o Brasil.

“São 48 biliões [mil milhões] de dólares [42,2 mil milhões de euros] vindos do Brasil para cá e sete biliões [mil milhões] [6,1 mil milhões de euros] vindo daqui da Europa para o Brasil”, afirmou.

Neste cenário, Portugal tem hoje “uma relação diferenciada” com o Brasil, realçou o presidente da APEX, porque “criou-se no Governo do Presidente [brasileiro], Lula da Silva, nesses dois anos e poucos meses, um ambiente que [nunca foi] (…) tão favorável”, adiantou.

Uma relação criada, “primeiro com o Presidente [português], Marcelo [Rebelo de Sousa], muito presente lá [no Brasil], e o primeiro-ministro [ex-PM português] António Costa, e depois com o primeiro-ministro [Luís] Montenegro [o atual]”.

Mesmo sendo de forças políticas diferentes, esta relação tem em conta o “interesse comum com o Brasil” e do lado do Governo brasileiro a preocupação “em tratar também do interesse comum” dos dois países, afirmou.

“O Presidente Lula aposta muito nessa relação com Portugal, para a gente poder fortalecer a presença do Brasil e do próprio Mercosul aqui na Europa”, realçou na entrevista à Lusa.

Segundo Jorge Viana, Portugal “foi um parceiro” para a conclusão das negociações de um acordo que demorou 25 anos a ser discutido e “está sendo um parceiro para a implementação do acordo”.

O presidente da APEX falou à Lusa em Lisboa, no seu primeiro dia de um périplo pela Europa, que começou por Portugal, onde permanecerá até hoje, e que passará por Varsóvia e por Bruxelas, cidade onde fica a sede da Comissão Europeia, precisamente com o objetivo de agregar apoios para a ratificação do acordo entre o bloco europeu e o Mercousl – Mercado Comum do Sul, uma organização sul-americana, que integra Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Este é um dos maiores blocos económicos em Produto Interno Bruto (PIB) do mundo e um dos maiores em termos de produção de alimentos.

“O Acordo do Mercosul está em processo de ratificação nas instituições europeias, sendo um pilar importante da geração de alternativas às relações comerciais tradicionais colocadas em risco por opções políticas recentes”, refere a APEX no comunicado sobre a deslocação do seu presidente à Europa.

A agenda da delegação da ApexBrasil, liderada por Jorge Viana, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores, integra reuniões a 23 e 24 de abril, em Lisboa, Portugal, a 25 e 26 de abril, em Varsóvia, na Polónia, e a 28 e 29 de abril, em Bruxelas, na Bélgica, com a participação de dirigentes políticos, empresários de diversos setores, como produção animal, café, frutas, agricultura familiar, entre outros, representantes dos setores de Promoção Comercial e Investimentos (SECOM), dos Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTECS) e adidos agrícolas, especifica o gabinete de imprensa da APEX, em comunicado.

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