Tarifas de Trump atiram criptomoedas para queda de mais de 10%

A decisão de Donald Trump de impor tarifas ao Canadá, México e China e a ameaça de fazer o mesmo com a União Europeia está a pressionar as bolsas, mas também a atirar o mercado de criptomoedas para uma queda de dois dígitos. A bitcoin caiu para 92.500 dólares nas primeiras horas, recuando mais de 15% face aos máximos históricos.

A volatilidade não se limitou à bitcoin, com a Ethereum a recuar 20%, escreve o “Cinco Días”, depois de o presidente norte-americano ter assinado uma ordem executiva que determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá uma tarifa de 10%.

A descida da segunda moeda mais relevante neste mercado acabou por aliviar, recuando 17% e negociando nos 2.500 dólares nas últimas 24 horas. Já a XRP caiu 18% no último dia, a Solana recuou 8% e a Dogecoin perdeu 17%.

A inflação, a possibilidade de menor crescimento económico, uma aversão ao risco e o medo de uma guerra comercial estão na base dos receios dos investidores.

“Se as tarifas implicarem um dólar mais forte, mais inflação e menos perspetivas de um corte de juros no curto prazo, isto significa menor liquidez global para os ativos de risco”, referem os analistas da Bernstein, citados pelo jornal, notando que, “a curto prazo, os mercados da bitcoin e das criptomoedas estão correlacionados com os ativos de risco e, sobretudo durante o fim de semana, as criptomoedas são o único barómetro de risco”, uma vez que estes mercados funcionam 24 horas. Nesse sentido, “a venda massiva de criptomoedas não é surpreendente”, dizem.

Os analistas preveem, contudo, que depois do choque inicial provocado pela decisão de Donald Trump, a bitcoin vai retomar a sua tendência de subida.

Francois Villeroy de Galhau, governador do banco central francês e membro do Banco Central Europeu (BCE), já alertou que as tarifas impostas pelo presidente dos EUA ao Canadá, México e China vão aumentar a incerteza económica. Donald Trump também já disse que os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras “muito em breve”.