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Tarifas: Negociador japonês viaja para Washington em busca de acordo “rápido”

O ministro da Revitalização Económica, Ryosei Akazawa, deslocar-se-á esta semana a Washington para as negociações, de acordo com a informação do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ao parlamento nipónico.
14 Abril 2025, 07h58

O ministro japonês responsável pelas negociações comerciais com os Estados Unidos apelou hoje a que o diferendo aduaneiro seja resolvido “o mais rapidamente possível”, sublinhando que os lucros das empresas japonesas estão a diminuir “dia após dia”.

O ministro da Revitalização Económica, Ryosei Akazawa, deslocar-se-á esta semana a Washington para as negociações, de acordo com a informação do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ao parlamento nipónico.

“Com certos direitos aduaneiros já em vigor, os lucros das empresas japonesas estão a diminuir de dia para dia”, disse Akazawa ao parlamento.

“Quanto mais cedo [a questão for resolvida], melhor”, acrescentou.

Durante a visita, Akazawa vai pedir uma revisão de todas as medidas aduaneiras adotadas pela Administração norte-americana do Presidente Donald Trump.

A sobretaxa de 24% imposta pelo chefe de Estado norte-americano aos produtos japoneses foi suspensa por 90 dias, mas a pausa é temporária, para além de que se mantém em vigor a tarifa mínima de 10%.

Além disso, o Japão não conseguiu até agora obter isenções das sobretaxas de 25% sobre os setores automóvel, do aço e do alumínio, em vigor há várias semanas para todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos.

“Farei o meu melhor, tendo em conta o interesse nacional e a eficácia da nossa ação”, insistiu Akazawa.

De acordo com os meios de comunicação japoneses, citando fontes governamentais, o ministro deverá encontrar-se com o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, e com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, na quarta-feira.

Numa entrevista ao diário japonês Yomiuri, publicada hoje, Akazawa insistiu na importância de Tóquio compreender o que os Estados Unidos pretendem efetivamente com a sua política comercial.

“Temos de fazer passar a nossa mensagem: temos sérias preocupações quanto à conformidade destas medidas com os acordos da Organização Mundial do Comércio e com o acordo comercial bilateral entre o Japão e os Estados Unidos”, sublinhou ainda, fazendo eco de palavras do ministro japonês do Comércio.

As empresas japonesas estão entre os maiores investidores nos Estados Unidos. No ano passado, os veículos automóveis representaram cerca de 28% dos 132 mil milhões de euros de exportações do Japão para o mercado norte-americano.

Akazawa também indicou que está pronto para discutir uma contribuição para o desenvolvimento de infraestruturas para a exploração de depósitos de gás natural liquefeito (GNL) no Alasca, se o assunto for levantado pelos Estados Unidos, ainda de acordo com o Yomiuri.

Donald Trump disse em março que o Japão e a Coreia do Sul estão entre os países interessados em trabalhar com os Estados Unidos num projeto de gasoduto de GNL no Alasca.

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