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Tarifas nos medicamentos? “Seria extraordinariamente impopular”, afirma Guy Villax

O presidente do HCP, considera impossível de prever o impacto das políticas comerciais de Donald Trump, mas adianta ao Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios, que se os custos dos medicamentos subissem muito, deixariam de estar cobertos pelo Medicaid, o que teria graves consequências ao nível da população.
Guy Villax, CEO da Hovione
22 Junho 2025, 14h32

As exportações da indústria farmacêutica portuguesa para os Estados Unidos continuam a crescer e o Health Cluster Portugal (HCP) não acredita que a administração norte americana avance com tarifas para o sector devido às consequências. É que, salienta Guy Villax, presidente do HCP, os Estados Unidos não produzem nem 5% dos genéricos que consomem.

Um aumento do preço seria muito impopular, explica o empresário em entrevista ao programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios: “Os genéricos são os medicamentos prescritos em cerca de 80% das receitas médicas nos EUA, pelo que se se esses custos sobem 20%, deixam automaticamente de estar cobertos pelo Medicaid (programa social de assistência à saúde) e no dia em que isso acontecer há uma revolução. Portanto, a margem de manobra que Trump tem desse lado é mínima”.

O presidente do HCP considera que as empresas portuguesas que exportam para os Estados Unidos podem ser afetadas, ou seja, têm alguma “fragilidade”, mas não há muito que possa fazer a título preventivo, sobretudo as empresas que têm como vantagem competitiva o baixo custo e que apresentam “alguma fragilidade” num cenário de tarifas.

As exportações para os Estados Unidos têm tido “crescimentos brutais”, na ordem dos 25% ao ano, em parte pela indústria nacional e noutra parte devido a reexportação das multinacionais, refere ainda.

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