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Taxa de desemprego em Cabo Verde recuou para 8%

Em 2024, a economia cabo-verdiana criou 8.453 novos postos de trabalho, elevando a taxa de emprego para 53,6%.
16 Junho 2025, 17h24

A taxa de desemprego em Cabo Verde diminuiu para 8% em 2024, traduzindo um recuo de 2,3 p.p. em termos homólogos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.

O Governo de Ulisses Correia e Silva notou, numa nota emitida em reação aos números, que se trata do “valor mais baixo desde a conquista da independência, há 50 anos”.

Em 2016, a taxa de desemprego era de 15%. A taxa de desemprego jovem, que em 2016 era de 41%, caiu para metade (20,1%).

A Direção-Geral do Emprego assinala, citando os resultados do Inquérito Multiobjetivo Contínuo (IMC 2024), que vários indicadores do mercado de trabalho em Cabo Verde registaram melhorias assinaláveis no ano passado. “A taxa de desemprego atingiu o valor mais baixo de que há registo, a população empregada aumentou significativamente e verificou-se uma redução considerável da subutilização do trabalho. Estes dados refletem um ano com forte evolução no desempenho do mercado laboral cabo-verdiano”, lê-se numa nota do serviço do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial.

A população desempregada, que corresponde a 17.373 pessoas, caiu 20,5% em relação aos números de 2023, segundo o IMC 2024, que estimou uma taxa de desemprego de 7,9% para homens e de 8,2% para mulheres.

Por faixa etária, a taxa de desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos foi de 20,1%, caindo para 10,4% na faixa seguinte, dos 25 aos 34 anos.

A taxa caiu tanto no meio urbano (7,7%, recuando face aos 10% registados em 2023) como no rural (9,4%, abaixo dos 11,7% do ano anterior). O concelho de Ribeira Grande, na ilha de Santiago, registou a taxa mais baixa do país, seguido do município do Sal (4,1%) e da Boa Vista (4,2%). Por outro lado, os concelhos de São Domingos (16,3%), Santa Cruz (13,3%) e São Lourenço (12,2%), todos na ilha de Santiago, registaram as taxas de desemprego mais elevadas do país.

A população de 15 anos ou mais, a idade para trabalhar de acordo com o código do trabalho – e que representa a força de trabalho de Cabo Verde – foi estimada em 371.190 indivíduos, correspondendo a 72,6% da população total. A população ativa aumentou 1,9% (3.974 efetivos) e a população inativa diminuiu 0,2% (298 efetivos).

A população economicamente ativa foi estimada em 216.287 pessoas no ano passado, o que corresponde a mais 3.974 relativamente a 2023. O número de mulheres ativas aumentou para 97.562 (mais 5.144 pessoas), enquanto o número de homens diminuiu para 118.752 (menos 1.171 pessoas).

De acordo com o mesmo boletim de estatísticas do mercado de trabalho, a população empregada aumentou para 198.914 pessoas, o correspondente a uma taxa de emprego de 53,6%.

Ainda segundo o INE, a taxa de emprego “continua mais expressiva” entre os homens (109.306 homens; 59,5%). No universo das mulheres, a taxa é de 47,5% (89.608 mulheres).

Os grupos etários de 25-34 anos e de 35-64 anos apresentaram as mais elevadas taxas de desemprego, 69,6% e 70,1%, respetivamente.

Quanto ao setor, o terciário mantém-se como o mais representativo, com 139.071 empregos e um peso relativo de 69,9%, enquanto o secundário totaliza 44.751 empregos, representando 22,5% do total.

“O IMC 2024 permitiu apurar que 94.561 empregados trabalhavam na informalidade, representando um peso relativo de 47,5% (ODS 8.3.1). Estes, na sua maioria, são trabalhadores por conta de outrem (58,0%) ou trabalhadores por conta própria (34,9%). Da distribuição por sexo, verificou-se que 59,6% dos homens e 40,4% das mulheres laboraram em empregos informais”, acrescenta o INE no mesmo boletim.

No rescaldo da divulgação dos números, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, assinalou que “a continuação e o reforço das políticas e dos investimentos através da extensão da gratuitidade no acesso e frequência à formação profissional para os jovens cujas famílias estão integradas nos grupos 3 e 4 do Cadastro Social Único e do Banco Jovem & Mulher para o financiamento do empreendedorismo e startups irão ter um impacto positivo na redução do número de jovens que não se encontram a trabalhar, a estudar e a frequentar formação”.

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