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Tecido empresarial caminha para novo recorde de aberturas, mas turismo perde protagonismo

Entre 1 de janeiro e 31 de outubro deste ano já nasceram 41.852 novas empresas, mais 3.700 face ao mesmo período de 2018, o que representa um crescimento de 9,8%. Setores dos transportes e da construção estão a ganhar novo protagonismo.
  • Cristina Bernardo
11 Novembro 2019, 15h22

O tecido empresarial está a caminho de um novo recorde anual de criação de novas empresas em Portugal mas os setores mais dinâmicos estão a mudar com os Transportes e a Construção a assumir agora um novo protagonismo, apurou o mais recente barómetro da Informa D&B, divulgado esta segunda-feira, dia 11.

Nos últimos anos, os setores das Atividades imobiliárias e do Alojamento e restauração (sobretudo o subsetor do ‘Alojamento de curta duração’) apresentaram grandes crescimentos na constituição de novas empresas mas em 2019 são os setores dos Transportes e da Construção que mostram maiores crescimentos neste indicador.

Esta análise detalha ainda que a quebra registada, face ao período homólogo, nas novas empresas ligadas ao Turismo é uma tendência que se tem vindo a consolidar a partir do segundo semestre de 2019.

Face ao mesmo período de 2018, o Alojamento e restauração tem um recuo de 1,0% em novas empresas, num decréscimo que é consequência do subsetor do ‘Alojamento de curta duração’, que até final de outubro deste ano regista menos 148 empresas que em igual período de 2018 (numa descida de 15,4%).

Já as Atividades Imobiliárias registam uma quebra de 3%. Para os analistas, apesar de ser um recuo pouco significativo, é de assinalar uma quebra de novas empresas deste setor na região de Lisboa de quase 10%, que passaram de 1.726 em 2018 para 1.570 em 2019.

Serviços turísticos criam menos de metade das empresas que em 2018

A mesma tendência de quebra nas empresas ligadas ao turismo é observada no setor dos Serviços gerais (que, em conjunto com os Serviços empresariais, são os setores onde nascem mais empresas). Na sua globalidade, o setor regista uma quebra na constituição de novas empresas que é totalmente da responsabilidade do subsetor dos ‘Serviços turísticos’ que este ano viu nascer menos de metade das empresas que foram criadas em 2018 (passaram de 1375 para 661).

À exceção dos setores do Alojamento e restauração, Atividades imobiliárias e Serviços gerais, todos os outros setores registam em 2019 mais constituições de novas empresas do que em igual período do anos passado, com os Transportes e a Construção a liderar este crescimento.

Nos Transportes, até 31 de outubro nasceram 3 672 empresas, mais 1954 que em igual período de 2018, equivalente a um crescimento de 113,7%. Na Construção, nasceram este ano mais 1057 empresas que no ano passado, um crescimento de 29,4%.

Menos encerramentos e insolvências desaceleram 

Em matéria de encerramentos, todos os setores registam menos casos do que em 2018, há exceção da Agricultura e outros recursos naturais, com uma descida residual de apenas três situações. Os setores das Indústrias, dos Grossistas e da Construção são aqueles em que a descida dos encerramentos é mais acentuada.

Já no que concerne a novos processos de insolvência registam uma quebra de 8,2%, numa tendência que vem já desde 2013, mas que é agora menos acentuada.

Há setores que dão sinais de inverter esta tendência de descida nas insolvências. Entre os setores mais representativos, as Indústrias destacam-se pela negativa, com uma subida de 16,7%, que se deve sobretudo aos subsetores dos subsetores ‘têxtil e moda’ (267 novas insolvências, mais 75 casos) e ‘metalurgia’ (59 novas insolvências, acrescendo 17 casos).

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