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Teleféricos da Madeira: “O nosso foco é a segurança”

O administrador da Teleféricos da Madeira, Ricardo Pinto Correia, salienta, ao JE, que a empresa investe em média, por ano, entre 800 mil euros e 1,5 milhões de euros na segurança e manutenção do teleférico que liga o Funchal ao Monte. E diz que operação não foi afetada na sequência do acidente no Elevador da Glória.
Shrikesh Laxmidas
6 Outubro 2025, 07h00

O teleférico operado pela Teleféricos da Madeira, que faz a ligação entre o Funchal e o Monte, que é também um dos principais pontos turísticos da ilha, é seguro e recomenda-se. Esta foi a ideia principal transmitida pelo administrador e presidente da empresa, Ricardo Pinto Correia, ao Jornal Económico (JE), após o acidente registado no Elevador da Glória, em Lisboa, que vitimou 16 pessoas.

Em 2024, o teleférico que liga o Funchal ao Monte, que possui 39 cabines, 7 passageiros, e capacidade de 700 pessoas por hora, transportou 1,1 milhões de pessoas. Este acaba por ser o principal teleférico na Região Autónoma da Madeira. A Região possui sete teleféricos [Cidade do Funchal, Jardim Botânico, Garajau, Fajãs do Cabo Girão, Achadas da Cruz, Rocha do Navio, Fajã dos Padres]. Este meio de transporte em 2024 mobilizou 1,4 milhões de passageiros, em 2024, de acordo com os dados da Direção Regional de Estatística (DREM), e gerou receitas de 18,1 milhões de euros.

“A nossa bandeira, a nossa preocupação principal, o nosso foco é a segurança. Com uma infraestrutura destas [teleférico] um acidente ou incidente seria fatal para a exploração do negócio. Andamos cá há 25 anos. Quando montamos o teleférico o fabricante aconselhou uma rotina de manutenção anual que nós respeitamos. Mas vamos além desse plano. Ligadas à manutenção e conservação do teleférico temos 13 pessoas a que se juntam mais três engenheiros que diariamente se preocupam com a segurança do teleférico. Temos em média entre quatro a cinco mil horas anuais de trabalhos de manutenção e conservação”, diz o presidente da empresa, Ricardo Pinto Correia sobre a preocupação que existe na manutenção da infraestrutura.

Ricardo Pinto Correia salienta que a empresa investe em média, por ano, entre 800 mil euros e 1,5 milhões de euros na segurança e manutenção do teleférico, dependendo do tipo de material que necessita de ser substituído de ano para ano.

“Estamos aqui para proporcionar uma experiência única dentro de parâmetros de segurança elevadíssimos, com pessoal especializado. O nosso pessoal tem muitas horas de formação, tanto na região como no estrangeiro. Temos aqui condições ideais para proporcionar o melhor às pessoas em termos de experiência e de manutenção, e de segurança, que é [para nós] um fator primordial para operar o teleférico. Por pessoa, o nosso pessoal tem entre 20 a 30 horas anuais de formação”, reforça Ricardo Pinto Correia sobre o investimento feito na segurança da infraestrutura.

Ricardo Pinto Correia explica que existem vários tipos de manutenção que são feitas no teleférico que são diárias, semanais, mensais e anuais.

“Diariamente fazemos uma viagem em vazio onde os funcionários percorrem toda a linha para ver se há algo a reportar que impeça que a operação comece nos seus termos normais”, explica o administrador da Teleféricos da Madeira.

“Semanalmente fazemos outro tipo de manutenção, mais profunda, que precisa de ser feitas com o teleférico parado, já depois do dia de exploração, onde se substitui peças. As roldanas por onde passam os cabos têm um revestimento de borracha, essa borracha à medida que se desgasta pode tornar a experiência mais desconfortável [para os utilizadores]. Depois a [inspeção] mensal tem mais que ver com motores e com caixas redutoras por exemplo”, acrescenta Ricardo Pinto Correia.

Para reforçar a segurança a Teleféricos da Madeira tem também um instrumento que permite fazer um exame indutivo ao cabo, que segura as cabines, que Ricardo Pinto Correia diz ser “único” na Madeira.

“O aparelho mede a qualidade do cabo de aço que sustenta as cabines. O aparelho faz uma radiografia ao cabo para ver em que condição se encontra. O nosso cabo apresenta uma condição geral muito boa. Essa monotorização do cabo fazemos mensalmente. Fazemos percorrer esse aparelho ao longo do cabo para ver como está o cabo”, explica Ricardo Pinto Correia.

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