A ministra da Saúde Marta Temido urgiu que o país respeitasse o equilíbrio entre “vacinação, testagem e medidas não farmacológicas”, sublinhando que não existem “receitas mágicas” nem “receitas miraculosas” para combater a pandemia que se tem vindo a agravar. Atualmente, Portugal é o segundo país na Europa com mais novos casos, atrás do Reino Unido.
Sobre os dados divulgados hoje pela Faculdade de Ciências do Porto, que dá conta que daqui a um mês Portugal poderá atingir o pico da quarta vaga e registar mais de dois mil casos diários por Covid-19, Marta Temido esclarece que a estimativa “corresponde a uma evolução a que não seja possível inverter a tendência”, frisando que as autoridades de saúde estão atualmente “todos os dias a tentar inverte-la”. Um exemplo disso, é a restrição anunciada na semana passada e que fecha a Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fins de semana.
“Tomámos uma medida difícil para quem a determinou e para quem a teve de executar mas que visava conter a transmissão dentro da região de LVT porque sabemos que é aí que está a dominante da variante Delta”, explicou aos jornalistas, esta terça-feira, durante a inauguração de uma unidade de saúde, em Lisboa.
Quanto à região do Algarve, que também apresenta números de contágio elevados, a ministra da Saúde admite que os números de incidência são “de certa forma preocupantes”.
“O Rt está seguramente acima de 1 no Algarve”, admitiu Marta Temido, que espera ter resultados mais “robustos” nos próximos dias, que ajudarão a compreender a transmissão da variante Delta na região.
“Há uma nova variante a circular e isso é preocupante porque ela é mais transmissível, mais resistente a apenas uma dose da vacinação e portanto estamos firmemente empenhados e alinhados com os portugueses conseguir as melhores soluções para continuarmos a caminhar para fora desta pandemia. É preciso garantir isso aos portugueses”, apelou.
Questionada sobre se está previsto o agravamento das medidas, a governante admite esperar “conseguir evitar precisar de fazer esses recuos”.
Quanto à informação avançada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e que confirma que existem seis surtos em lares portugueses, o que resulta em 54 casos ativos, “parte dos quais já estarão recuperados”, a Ministra adianta a situação está a ser acompanhada. “Estamos atentos a estes casos que atingem um público mais vulnerável”, acrescentou.
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