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Stephan Morais: “Temos a obrigação de usar a nossa capacidade e influência nas empresas e sociedade”

Stephan Morais, managing general partner da Indico, explica ao Jornal Económico as principais razões para a empresa de capital de risco se ter tornado signantária dos Princípios de Investimento Responsável (PRI), promovidos pelas Nações Unidas.
23 Dezembro 2019, 07h50

A Indico Capital Partners, fundo de capital de risco privado e independente português, aderiu aos Princípios de Investimento Responsável (PRI), promovidos pelas Nações Unidas.

Porque é que a Indico Capital Partners decidiu aderir e tornar-se signatária dos Princípios de Investimento Responsável (PRI)?

Porque acreditamos que o nosso impacto não é só financeiro e que temos a obrigação de usar a nossa capacidade e influência para que sejam tidos em conta, nas nossas empresas e na sociedade, valores relacionados com o ambiente, com sustentabilidade, com corporate governance adequada e respeito pelos stakeholders envolvidos.

Quais as vantagens para a Indico e seus beneficiários, e de que forma altera ou impacta na forma como investe?

Não é um equilíbrio fácil naturalmente, nem nós somos os gestores das empresas do portfolio, mas respeitando a prioridade de tentar maximizar o retorno aos nossos investidores acreditamos que se medirmos o nosso impacto e formos inteligentes na forma de investir e gerir as empresas, podemos ter um impacto positivo mais amplo na sociedade. Na prática, trata-se de ter em conta critérios desta natureza no processo de seleção de investimentos e depois na forma como os negócios impactam a sociedade.

Estando as questões ambientais e de corporate governance na ordem do dia, os próximos investimentos terão em consideração essas questões e a aplicação dos PRI?

Absolutamente, embora seja um processo de adaptação a ser realizado nos próximos dois anos, flexível o suficiente para que seja implementado sem excessiva disrupção, mas com passos concretos na direção certa. Aliás, além do tema do ambiente, tem havido vários casos de falta de corporate governance em startups conhecidas mundialmente como a Theranos, Uber, We Work, e é precisamente isso que queremos vir a mitigar no nosso perfil de investimento.

Acredita que será uma tendência futura e que mais fundos nacionais e mundiais adiram a estes princípios promovidos pela ONU?

De forma geral sim, aliás já é prática comum os investidores institucionais em fundos exigirem este tipo de políticas e compromissos aos fundos. Mas é uma área em que o Venture Capital está atrás de outras classes de ativos maiores. Mas acreditamos que podemos fazer a diferença, tentar e ir melhorando ao longo do processo sem pôr em causa a qualidade dos investimentos, talvez até pelo contrário.

Está quase a fazer um ano desde o lançamento do primeiro fundo da Indico. Que balanço faz e o que podemos esperar em 2020?

Foi um ano muito intenso, de grande investimento para a Indico – 9 empresas, mais de 17 milhões investidos, mas o balanço mais profundo faremos em janeiro.

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