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Tensão no Médio Oriente ameaça petróleo? “Não há uma escalada dos preços”, defende economista

O preços do “ouro negro” mantêm-se abaixo dos registados na sexta-feira, recorda o economista Filipe Garcia em declarações ao JE. 
31 Julho 2024, 19h26

Filipe Garcia, economista da IMF – Informação de Mercados Financeiros, pronunciou-se sobre o efeito dos dois acontecimentos no Médio Oriente das últimas horas na subida dos preços do petróleo para perto dos 4% – com uma génese indubitavelmente geopolítica – rejeitando que essa subida se traduza numa escalada de preços.
O preços do “ouro negro” mantêm-se abaixo dos registados na sexta-feira, recorda o especialista em declarações ao JE. 
“É importante dizer que o petróleo antes desta semana estava em mínimos do início de junho. Não se pode dizer que estejamos perante uma escalada dos preços do petróleo. Não é isso que está a acontecer”, sublinhou.
Desde meados de 2022 que os preços do “ouro negro” se têm situado entre 77 e 90 dólares, lembra o analista. “É um intervalo largo, é verdade, mas é sem tendência. Vai oscilando dentro deste intervalo sem estabelecer uma tendência”, reforçou.
“Temos, por um lado, dados ao nível de força das economias e do consumo, nomeadamente da China, que têm sido fracos e, portanto, têm pressionado nos preços do petróleo. Mas o mercado está bem abastecido e, portanto, não há problemas neste nível. E é isso que tem justificado esta queda mais recente”, continuou.
Sobre o fator de origem geopolítica, Filipe Garcia lembra que haverá sempre algo a acontecer no Médio Oriente “que faz com que os receios não se apaguem e quem pelo contrário, aumentem”. “Apesar de hoje o peso do Médio Oriente na produção global de petróleo já não ser o mesmo de há 20 ou 30 anos atrás, ainda assim é um motor importante”, explicou. 
“Depois temos um outro factor de suporte que é a reposição das reservas estratégicas de petróleo por parte dos Estados Unidos e da China, que acontece ou tem acontecido sempre que os preços do petróleo caem muito e caem perto dos 70 dólares. A prejudicar os preços do petróleo tem estado uma questão de procura de bastante produção. Ou seja, não há escassez de produto do lado que suporta os preços, do lado que faz os preços subir. Sempre que os preços caem muito, os países repõem reservas”.

O grupo islamita Hamas anunciou esta quarta-feira a morte do líder, Ismail Haniyeh, num ataque, que atribuiu a Israel, em Teerão, onde se encontrava em visita oficial.

“O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerão, depois de participar na cerimónia de posse do novo Presidente iraniano”, confirmou o Hamas em comunicado. O anúncio da morte de Haniyeh foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país.

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