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Terceiro trimestre fraco arrisca colocar Portugal a crescer menos de 2% este ano

Quem avisa é o Fórum para a Competitividade, que salienta as fragilidades mostradas pela componente externa portuguesa para argumentar que o objetivo de 2,2% do Governo para este ano pode ficar comprometido.
3 Novembro 2023, 16h20

Portugal arrisca-se a não atingir os previstos 2,2% de crescimento este ano, alerta o Fórum para a Competitividade depois da desilusão dos dados do PIB no terceiro trimestre. Esta possibilidade é agravada pela incerteza em alta em termos internacionais, que pode piorar ainda mais o comportamento das exportações nacionais, a componente que mais fragilidades tem demonstrado.

Na nota de conjuntura de outubro, o Fórum alerta que o fraco resultado do terceiro trimestre indicia dificuldades claras da economia nacional, pelo que “a estimativa do governo de 2,2% para o PIB em 2023 ficou posta em causa”. O gabinete de estudos do think-tank teme mesmo que o crescimento fique abaixo dos 2%, sobretudo dada a fraqueza exibida na componente externa.

No entanto, e dada a prioridade colocada pelo Governo no consumo, a nota considera esta “uma ideia perigosa”, visto que “acaba por conduzir a um descontrolo das contas públicas e a um acumular de défices externos”.

“Em vez de reforçar a procura interna, seria preferível reforçar a competitividade das exportações, o que permite ganhar quota de mercado e crescer muito acima das economias de destino. Aliás, tendo o governo defendido o objetivo de aumentar o peso das exportações no PIB, isso só será conseguido pelo aumento da competitividade, enquanto o estímulo da procura interna pode desviar recursos deste objetivo”, argumenta o Fórum.

Outra fonte de preocupação é o facto de a economia portuguesa ter tido um desempenho em cadeia pior do que a da zona euro, “mas também mais fraco do que o dos nossos três maiores mercados de exportação: Espanha, Alemanha e França”. Esta é uma dinâmica a monitorizar, recomenda o Fórum, pelo impacto no PIB nacional.

Para o próximo ano, a incerteza acrescida criada pela instabilidade agravada no Médio Oriente dificulta quaisquer exercícios de projeção no que refere ao crescimento e exportações. Como tal, mantém-se a previsão de um abrandamento do crescimento para entre 1,2% e 1,6%.

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