O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública vai realizar nesta quarta-feira um leilão duplo de Obrigações do Tesouro (OT) a sete e dez anos, com o objetivo de angariar até 1.250 milhões de euros. Este leilão ocorre numa altura em que Portugal se tem vindo a financiar a taxas reduzidas, com impacto na diminuição do custo médio da dívida soberana, e que as yields a dez anos negoceiam em mínimos históricos.
Os dois leilões vão ter lugar pelas 10h30, com linhas de maturidade a 21 de julho de 2026 e 15 de junho de 2029, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros.
No último leilão a 10 anos, a 13 de fevereiro, Portugal pagou a taxa mais baixa de sempre no financiamento nesta maturidade. A agência liderada por Cristina Casalinho vendeu 705 milhões de euros em dívida com maturidade em 15 de junho de 2029, tendo pago uma taxa de alocação de 1,568% e a procura superado a oferta em 2,17 vezes.
A 31 de janeiro, o IGCP emitiu 702 milhões de euros em OT a dez anos, numa operação de troca de dívida para alongar os prazos e que envolveu também a recompra de dívida que chegava à maturidade de junho de 2020. Em termos de juros , a operação também ofereceu vantagens ao IGCP, já que as OT com maturidade em 2020 tiveram um cupão de de 4,8%, mais do dobro da taxa de cupão de 2,25% da dívida a dez anos.
Na primeira emissão do ano, a 9 de janeiro, o Tesouro tinha pago uma taxa de 1,95% para colocar quatro mil milhões de euros com maturidade a dez anos numa venda sindicada.
A última vez que o Tesouro emitiu dívida a sete anos foi em 2017, tendo vendido 550 milhões de euros em dívida com maturidade em fevereiro de 2024, tendo pago uma taxa de alocação de 3,668%. A procura superou a oferta em 2,02 vezes.
Segundo o programa de financiamento para este ano do IGCP, o Estado vai emitir 15,4 mil milhões de euros em OT ao longo do ano, combinando vendas sindicadas e leilões. A instituição liderada por Cristina Casalinho antecipou, no início do ano, que o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado deverá situar-se este ano em cerca de 8,6 mil milhões de euros.
Nas últimas sessões no mercado secundário, os juros da dívida soberana portuguesa a dez anos têm vindo a tocar mínimos históricos. Segundo dados da Bloomberg, esta terça-feira, as yields deste título negociaram a 1,34%, tendo registado 1,32%, na segunda-feira. Mas já na semana passada, após o anúncio do Banco Central Europeu de que não irá mexer nas taxas de juro pelo menos até ao final de 2019, tinha negociado nos 1,34%.
A instituição liderada por Mario Draghi sinalizou que as taxas de juro diretora irão permanecer no atual nível durante o tempo que for “necessário para assegurar a convergência contínua e sustentada dos níveis de inflação que estão abaixo, mas perto de, 2% no médio prazo”.
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