Apesar de estar presente no mercado português somente desde 2015, a Tétris já conseguiu ultrapassar uma faturação bruta de 200 milhões de euros. O grupo que inicialmente começou por prestar serviços para adaptação de escritórios e retalho, chegou também ao mercado da hotelaria, onde pretende assumir-se como líder, tendo já executado e concluído vários projetos como o Hotel Quinta da Marinha, Sofitel Lisboa, o Hotel Monte Real ou o Hotel Valverde.
No último ano, e mesmo com a pandemia, a empresa registou uma faturação de 50 milhões de euros, valor recorde, estando envolvida em 110 obras, numa média de 20 projetos em simultâneo por semana de diferentes dimensões e segmentos imobiliários.
Carlos Cardoso assume agora o cargo de diretor da Tétris por troca com João Marques que será o responsável pela gestão dos mercados externos de Espanha e Itália. Em entrevista ao Jornal Económico, o novo diretor faz um balanço do crescimento da empresa e aponta a área que mais sofreu com a pandemia, bem como aquela que mais capacidade terá para recuperar do impacto provocado pelo coronavírus.
Quais são os objetivos estabelecidos para a Tétris em 2021?
O portefólio com que iniciamos o ano permite-nos sonhar que 2021 vai voltar a ser um ano de crescimento. E é nesse sentido que estamos a desenhar toda a nossa estratégia. O nosso foco continua a ser o mesmo: ganhar. E ganhar é atingir todos os nossos objetivos, ganhar a confiança de novos clientes e manter a dos existentes e, não menos importante, manter a nossa equipa motivada e feliz, sempre com esta ambição única de conquistas. Em concreto, para este ano, temos como metas específicas continuar o nosso trajeto de liderança nas áreas de retalho e de escritórios e reforçar a nossa aposta no segmento Hospitality, estabelecendo como objetivos de negócio manter a linha de crescimento sustentado igual aos anos anteriores.
Que balanço faz dos primeiros seis anos de atividade em Portugal?
Foram seis anos de contínuo crescimento. Neste período, sob a liderança de João Marques, a empresa passou de um volume de negócios de 10 milhões para 50 milhões e expandiu a equipa de 20 para 70 pessoas, registando um desempenho evidenciado no contexto europeu. João Marques ingressou na Tétris em 2014, seis anos depois da entrada da marca no mercado português, no âmbito da aquisição da Novo Interior, a empresa especializada em fit-out que fundou e da qual esteve responsável nos 15 anos anteriores. Com um forte track record nos sectores de retalho de luxo e escritórios e presente em 16 países da Europa, África e América do Sul, a absorção do negócio da Novo Interior resultou num crescimento exponencial e imediato da atividade da Tétris.
Em 2019 já tinham quebrado a barreira dos 100 milhões de faturação. A barreira dos 200 milhões já foi atingida ou é um objetivo para 2021?
Já foi atingido no final de 2020. De 2015 a 2020 em 5 anos ultrapassamos os 200 milhões de faturação bruta.
Os 50 milhões faturados em 2020 superaram as vossas expetativas, tendo em conta o cenário de pandemia?
Tendo em conta o cenário ocorrido em 2020, onde muitas empresas e sectores viram os seus negócios serem afetados, podemos considerar que a faturação que a Tétris registou superou as nossas expectativas. Importa, contudo, referir que o sector da construção atravessou, à semelhança de outros setores, um período difícil e incerto, embora tenha registado um menor impacto imediato sobre a sua atividade uma vez que a declaração de estado de emergência não determinou a suspensão das obras.
Existe algum valor definido para ser atingido em 2021?
É nosso objetivo continuar sempre a crescer. Tem vindo a ser essa a nossa trajetória e é nesse sentido que queremos continuar a caminhar.
Em qual dos vossos segmentos (escritórios, retalho e hotelaria) notaram um maior crescimento ao nível da procura dos vossos serviços?
Podemos dizer que foram os escritórios. Por um lado, devido ao nosso forte track record na área de design and build neste segmento. Por outro, graças à nossa equipa que tem uma atitude comercial muito forte. Por último, e não menos importante, porque continua a haver investimento por parte das empresas no nosso país.
Qual dos três segmentos foi mais atingido pela pandemia? Porquê?
Sem dúvida que foi o retalho. Por um lado, devido à baixa faturação das lojas. Por outro, pelo fecho das mesmas e a incerteza sobre as suas aberturas. Sentiu-se realmente neste segmento uma quebra (em alguns casos um adiamento) do investimento previsto.
Dos três qual consideram ter mais capacidade de recuperar a curto-médio prazo do cenário pandémico e porquê?
Acreditamos que será o retalho e hotéis pois, quando tudo isto passar, as pessoas vão querer voltar a sair, fazer compras e a querer viajar. O segmento de escritório também irá ter uma forte procura, neste caso pela necessidade de readaptação ao novo normal. O trabalho remoto fez (e está a fazer) com que as empresas pensem nos seus espaços de trabalho e em todos os espaços que podem ganhar, como os espaços colaborativos, as copas e os espaços de lazer dentro das empresas.
Tendo em conta as vossas áreas de atuação, de que forma o vosso trabalho foi afetado pela pandemia?
A Tétris conseguiu adaptar-se rapidamente aos contratempos postos pela pandemia. Ainda assim podemos dizer que o nosso trabalho foi afetado na medida em que tivemos de redobrar todos os cuidados em obra para minimizar eventuais contágios sem comprometer a sua entrega a tempo e horas. Mas com a dedicação e resiliência por parte de toda a equipa conseguimos.
Que medidas adotaram para conseguirem desempenhar o vosso trabalho dentro das regras de segurança implementadas para as autoridades de saúde?
Tivemos de redobrar a atenção no estaleiro social, com vista a melhorar as condições dadas aos colaboradores e visitantes, independentemente da dimensão da obra. A saber: controlo de temperatura corporal à entrada; existência de vários pontos de desinfeção de mãos; pontos de água para lavagem frequente das mãos; área para tomada de refeições – o período de almoço nas nossas empreitadas é realizado por turnos, com limpeza entre os mesmos; limpeza diária de todos os espaços comuns realizada por empresas da especialidade; existência em obra de um posto para desinfeção de equipamentos e ferramentas; difusão permanente de informação sobre Covid-19 mediante afixação de cartazes, formação na admissão, emails, entre outros.
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