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Tiago Rodrigues Bastos: “tentativa de extorsão” de Rui Pinto é um problema para “toda a advocacia”

“O que está em causa neste julgamento, que é uma tentativa de extorsão , entre omissão ilícita em vários de sistemas informáticos e em caixas de correio de pessoas, uma tentativa de justificação para essa conduta que de facto nos parece irrisória , mas os julgamento é isso”, explicou o advogado.
  • Cristina Bernardo
4 Setembro 2020, 12h42

O advogado Tiago Rodrigues Bastos, que representa a sociedade PLMJ, apontou esta sexta-feira que os crimes das quais o hacker Rui Pinto está a ser acusado constituem uma “lesão para toda a advocacia”, sendo igualmente “muito grave” para a democracia.

“No que respeita aos meus constituintes a lesão é uma lesão deles enquanto profissionais e é uma lesão para toda a advocacia porque o que está aqui em causa é muito grave do ponto de vista da subsistência da própria profissão”, garantiu Tiago Rodrigues Bastos  em declarações aos jornalistas à saída do tribunal, no Campus da Justiça, em Lisboa.

“O sigilo profissional é a alma mater da advocacia e quando isso é colocado em causa ou quando se pretende justificar essa violação com determinados interesses, então estamos perdidos”, disse Tiago Rodrigues Bastos.

Além do problema que supostamente representa para a advocacia, Tiago Rodrigues Bastou referiu que “é bom que tenhamos em vista que o que temos aqui é muito grave do ponto de vista do funcionamento da própria democracia”

“O que está em causa neste julgamento, que é uma tentativa de extorsão , entre omissão ilícita em vários de sistemas informáticos e em caixas de correio de pessoas, uma tentativa de justificação para essa conduta que de facto nos parece irrisória , mas os julgamento é isso”, explicou o representante da PLMJ, lembrando ainda que “os factos que vamos hoje julgar são esses”.

Tiago Rodrigues Bastos considera que as provas que possui são “claras e evidentes” e assegura ser “absolutamente incontornáveis, uma tentativa de extorsão que não tem nada de interesse publico seguramente e a intromissão em caixas de correio e sistemas informáticos

O julgamento de Rui Pinto começou esta sexta-feira, 4 de setembro. O Hacker é acusado de 90 crimes, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, sabotagem informática, à SAD do Sporting Club de Portugal e tentiva de extorsão ao fundo de investimento Doyen, que gere passes de jogadores de futebol

O caso conta com 128 testemunhas, entre estes estão, a antiga eurodeputada socialista Ana Gomes, Edward Snowden, Jorge Jesus, o diretor nacional da Polícia Judiciária e o ex-administrador da Doyen Nélio Lucas.

 

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