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“Toda a população deveria poder fazer um teste semanal rápido gratuito”, defende Ricardo Baptista Leite

O deputado social-democrata reiterou a importância da testagem, rastreamento e isolamento, deixando alguns reparos aos dois primeiros mecanismos em Portugal. Quanto à reabertura da economia, o tempo entre o anúncio e o efetivo desconfinamento parece curto, sendo que faltam ainda apoios aos sectores mais afetados e que “são os últimos a abrir e os primeiros a fechar”.
  • Flickr/PSD
8 Março 2021, 15h29

O PSD defende a possibilidade de serem aplicados confinamentos regionais ou locais no futuro, caso a situação assim o exija em determinadas áreas geográficas do país, enquanto que noutras a pandemia se mantenha controlada. Simultaneamente, na sua reação esta segunda à reunião no Infarmed, o deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite pediu mais rastreamento, uma aceleração da vacinação e que sejam possibilitados testes rápidos semanais gratuitos a toda a população.

Apesar da evolução positiva da Covid-19 desde que Portugal atingiu o nível mais preocupante do mundo de contágios por 100 mil habitantes, os sociais-democratas tiveram alguns reparos a fazer, começando pela antecedência com que foi planeado o desconfinamento e com que este será comunicado à população.

Salientando que, sendo apresentado a dia 11 e colocado em prática a dia 15 de março, o Governo “dá três ou quatro dias” para os diversos sectores da sociedade se prepararem, Ricardo Baptista Leite argumentou que este plano deveria ser explicado com mais antecedência, até para esclarecer as medidas necessárias a cada grupo específico de atividade ou populacional.

Simultaneamente, e numa igual lógica de abordagens mais diversificadas no país consoante a especificidade da situação em cada região, o PSD sugere que seja equacionado um “eventual confinamento futuro por via regional, ou seja, não prejudicar partes do território que estão bem por outras que estão menos bem”.

Quanto às várias fases sugeridas para a reabertura da atividade económica, Baptista Leite defende a adequação dos indicadores propostos para a avaliação da situação, mas pede apoios para a restauração e hotelaria, dois dos sectores mais afetados pela pandemia e que “são os últimos a abrir e os primeiros a fechar”.

Por outro lado, a reabertura das escolas, para o PSD, está desenhada com uma falha incompreensível, a de não prever a testagem sistemática das populações escolares de estabelecimentos privados ou corporativos, ao contrário do que sucede no sistema público.

“O vírus não escolhe entre público e privado”, reiterou, deixando ainda a esperança numa retificação daquilo que lhe parece ter sido um descuido e não uma decisão ideológica.

Ricardo Baptista Leite aproveitou ainda para sublinhar a importância da testagem e do rastreamento, deixando algumas críticas à atuação do Governo. Por um lado, a queda na testagem desde janeiro contrasta com as promessas de aumento desta que é uma das principais ferramentas na gestão da pandemia. Também por isso, o deputado e médico de saúde pública defendeu que “toda a população deveria ter a possibilidade de fazer um teste semanal rápido, gratuito, sem prescrição médica”.

Por outro lado, outra das ferramentas chave na contenção da infeção, o rastreamento, tem sido descurada, como mostram os 80% de casos até à semana passada para os quais não se conhece a ligação epidemiológica.

Adicionalmente, o social-democrata pede ao Governo que utilize a presidência portuguesa do Conselho Europeu para “pressionar a indústria farmacêutica” a acelerar o ritmo de produção e abastecimento de vacinas, sob pena se verificarem novas vagas com a reabertura da economia.

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