Luís Marques Mendes considera que a escolha de António Costa para o cargo de presidente do Conselho Europeu é uma “boa decisão para a Europa”.
No seu comentário habitual na SIC, que desta vez aconteceu excecionalmente ao domingo, Marques Mendes sublinhou que “há momentos na vida em que todos ganham e ninguém perde” e deixou a garantia de que “este é um deles”.
Em causa está um cargo “de negociação, de diálogo” e que, por esse motivo, encaixa no “perfil que António Costa, de um modo geral, tem”. Isto porque se trata de “um homem hábil, de diálogo e com capacidade de negociação”, de acordo com o comentador político.
Esta é também uma “boa decisão para Portugal”, porque um país com esta dimensão “ganha sempre, em termos de prestígio, reputação, credibilidade” quando há um português num “alto cargo internacional”.
Em simultâneo, trata-se de uma “boa decisão para Montenegro” que, por um lado, apoiou a campanha de Costa “com muita convicção e entusiasmo” e, por outro, passa a contar com outro português nas reuniões do Conselho Europeu. Uma situação que faz de Costa “um bom interlocutor” para o primeiro-ministro.
Por fim, “é bom para António Costa” já que este ambicionava este cargo “há muitos anos”. Ainda assim, Marques Mendes deixou o alerta de que Costa vai tomar posse no início de dezembro, que será “uma altura muito difícil”, na sequência das eleições nos EUA.
Quem beneficiou com a queda do Governo?
De acordo com a análise de Marques Mendes, “a crise política que começou em novembro do ano passado foi boa para vários protagonistas”
“Sem a crise, ele [Costa] dificilmente chegava ao cargo de presidente do Conselho Europeu”. Em simultâneo, a situação ajudou Montenegro, que “não chegaria tão cedo ao cargo de primeiro ministro e até podia eventualmente não chegar”.
A somar a isto, a queda do Governo foi ainda positiva para Pedro Nuno Santos, na medida em que este, “sem a crise, não chegaria tão cedo a líder do PS”. Marques Mendes não esqueceu André Ventura, que “beneficiou das eleições antecipadas para obter um grande resultado”, referiu.
Novo pacto para a Justiça
Tudo aponta para que o Governo e o Partido Socialista cheguem a acordo no sentido de estabelecerem um novo pacto para a Justiça portuguesa. Para efetuar uma reforma, será importante, “em primeiro lugar, garantir que não há interferência da política e dos políticos nas investigações do DCIAP”, nomeadamente no sentido de controlar ou limitar os procedimentos, saliente Luís Marques Mendes.
Importa ainda “garantir que a investigação criminal se faz com maior eficácia e celeridade, sem abusos, sem agendas e com uma liderança forte dentro do Ministério Público”, refere o comentador. “Tudo aquilo que não tem acontecido”, assinala.
“Finalmente, é preciso garantir que se respeita a liberdade de informação”, no sentido em que os casos de violação do segredo de justiça não são “culpa” dos jornalistas, mas sim de quem passa informações para o exterior. “O Ministério Público, os polícias, advogados…”, exemplifica.
Artigo atualizado às 22h09
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