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Trabalhadores do Instituto de Meteorologia de Cabo Verde entregam pré-aviso de greve

A paralisação deve-se, segundo o sindicato, à redução do prémio em 45% por parte da empresa e ao descongelamento imediato” das carreiras e salários.
16 Janeiro 2020, 16h00

O secretário permanente do Sindicato dos Trabalhadores de Administração Pública (Sintap) de Cabo Verde anunciou esta quinta-feira, no Mindelo, que os trabalhadores do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) cabo-verdiano entregaram um pré-aviso de greve de dois dias.

Segundo Luís Fortes, os trabalhadores do INMG, representados pelo Sintap, em São Vicente, e pelo Sintcap, no Sal, deverão partir para greve nos próximos dias 28 e 29 de janeiro, contando com todo o coletivo do instituto a nível nacional.

O pré-aviso de greve, de acordo com o sindicalista, foi entregue à Direcção-Geral do Trabalho e à direção do INMG esta manhã. “Esta decisão foi tomada pelos trabalhadores a nível nacional após uma análise profunda da situação laboral complicada que os trabalhadores vêm enfrentando”, disse, adiantando que o objetivo da paralisação é de “exigir” por parte do INMG a regularização e a resolução de algumas situações, entre as quais a “reposição imediata” dos subsídios de produtividade.

Isto, porque, segundo a mesma fonte, a empresa, em 2018, reduziu o prémio em 45% e, em 2019, “não atribuiu nenhuma percentagem”. “É de se recordar que este subsídio é atribuído aos trabalhadores há mais de 20 anos”, sublinhou, adiantando que os funcionários do INMG consideram o subsídio como “direito adquirido” e do qual “não vão abrir mão desta forma”, pelo que prometem ir “até às últimas consequências” para a sua reposição.

Outro dos pontos de reclamações é o “descongelamento imediato” das carreiras e salários, com a primeira estagnada “há mais de dez anos” e os salários “há mais de 15 anos”, com a última atualização datada de 2002.

“E defendem que enquanto não for implementado o novo Plano de Cargos, Carreira e Salários o que está em vigor tem que ser respeitado”, lançou Luís Fortes, acrescentando que estes “não entendem o porquê deste congelamento”.

Do caderno reivindicativo consta ainda a questão da “sobrecarga de trabalho” dos trabalhadores em São Vicente, com “condições precárias e sem segurança” e, por isso, exigem a contratação de mais um condutor.

O sindicalista lembrou que os trabalhadores do INMG iniciaram também o ano de 2019 com um pré-aviso de greve, que só foi levantada porque a administração do instituto pôs à mesa uma proposta de PCCS.

“Numa atitude que depois veio revelar-se como uma manobra de dilatação para ganharem tempo, porque até hoje não se conseguiu nada de palpável”, criticou, dizendo que empresa alega falta de verbas, mas nunca apresentou as contas para se comprovar.

Luís Fortes assegurou que ainda estão abertos a negociar, inclusive está marcada a reunião de entendimento pela Direção-geral do Trabalho para o dia 22, na ilha do Sal. Mas, caso não haja acordo vão partir para a greve nos dias 28 e 29, que deverá contar com cerca de 120 trabalhadores a nível nacional.

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