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Trabalhadores do Montepio temem que instabilidade se reflita nos resultados anuais

A Comissão de Trabalhadores refere-se às “sucessivas alterações” nos órgãos sociais do Banco Montepio. Os trabalhadores queixam-se ainda do modelo de progressão de carreiras e querem ser envolvidos no Plano de Transformação anunciado por Carlos Tavares.
23 Fevereiro 2019, 17h29

Num comunicado da Comissão de Trabalhadores, a que o Jornal Económico teve acesso, é expressa a preocupação com os resultados anuais que o banco liderado por Carlos Tavares e por Dulce Mota, irão apresentar em breve. “Estamos particularmente preocupados com a estabilidade da qual depende em parte o Resultado Líquido anual”, diz a Comissão de Trabalhadores do Banco Montepio. A Comissão de Trabalhadores refere-se às “sucessivas alterações” nos corpos sociais do Banco Montepio.

“Ainda assim, os trabalhadores, com elevada responsabilidade institucional, aguardaram por estas mudanças na expectativa de um significativo incremento e mais valia dos resultados, de forma a que a Instituição se mantenha sustentável, aumentando a distribuição quer ao seu acionista, Associação Mutualista, permitindo-lhe continuar a sua função social, quer a toda estrutura interna de trabalhadores pela força do seu trabalho, empenho e dedicação à Instituição”, lê-se no comunicado.

Em 12 de fevereiro deste ano, Dulce Mota assumiu a presidência executiva do Banco Montepio, substituindo Carlos Tavares que passa a presidente não executivo (chairman).

A escolha de Dulce Mota para CEO, ocorreu depois de várias tentativas de separar as funções de Chairman e CEO no banco da Associação Mutualista, o que era uma imposição do supervisor.

Trabalhadores queixam-se do modelo de progressão de carreiras e querem ser envolvidos no Plano de Transformação anunciado por Carlos Tavares

A Comissão de Trabalhadores, nas diversas reuniões com Helena Soares de Moura, administradora com o Pelouro de Recursos Humanos, “tem dado particular ênfase neste tema”, revela o comunicado.

“Estamos particularmente sensíveis ao facto de não existir qualquer progressão de carreiras no atual modelo, sendo que em época de implementação de um Plano de Transformação será, em nosso entender, a altura ideal para a Instituição olhar com particular interesse para os seus trabalhadores”, queixam-se os trabalhadores do Montepio.

“Ainda assim, congratulamo-nos com o facto da Direção de Recursos Humanos passar a chamar-se Direção de Pessoas, na expectativa que a valorização das Pessoas/Trabalhadores seja mais do que uma intenção”, reconhece a Comissão.

“A motivação dos trabalhadores passa, não só mas também, por estes sentirem que dentro da Instituição onde trabalham diariamente, possam ter oportunidades de progressão”, rematam.

“A Comissão de Trabalhadores assume o compromisso de tudo fazer para continuar a alertar o Conselho de Administração para este facto”, asseguram.

A Comissão que representa os trabalhadores do banco queixam-se ainda de ainda não terem conhecimento, “além do que já foi tornado público pelo Conselho de Administração, dos detalhes do plano de atuação nas alterações que irão existir”.  Os trabalhadores referem-se ao “Plano de Transformação” do banco, anunciado por Carlos Tavares.

“Acompanhamos com especial atenção e preocupação, pelo desconhecimento, as movimentações que possam ocorrer e os impactos da mesma na vida pessoal e profissional de todos os implicados. Apelamos uma vez mais para que os trabalhadores, através da Comissão de Trabalhadores, sejam envolvidos neste processo que ‘perturba’ naturalmente os que hoje não conhecem o seu amanhã, por muito claro, para alguns, que ele possa ser”, dizem os trabalhadores.

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