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Trabalho: Tendência dos últimos três anos interrompida, há menos intenção de contratar

O estudo “Mercer – Total Compensation Portugal 2019” evidencia o registo de um aumento na ordem dos 10% de saídas voluntárias dos colaboradores, o que é considerado como um reflexo de maior volatilidade e dinâmica do mercado laboral no nosso país.
19 Setembro 2019, 00h02

A intenção das empresas em Portugal de recrutarem mais colaboradores sofre agora um pequeno revés, segundo apurou o mais recente estudo da Mercer, “Total Compensation Portugal 2019”, divulgado esta quinta-feira, dia 19. Os dados agora divulgados mostram que a percentagem caiu de 53% em 2018, para 44% em 2019. Ainda assim, a previsão para 2020 aponta para um ligeiro acréscimo, com 46% de empresas a demonstrarem intenção de recrutar mais pessoas.

Por outro lado, 47% das organizações afirma que irá manter o número de colaboradores em 2019 e 9% prevê a redução do seu número.

Neste estudo, que analisou este ano 111.692 postos de trabalho em 430 empresas no mercado português, destaca o facto de as saídas voluntárias de colaboradores ter subido para 10%, em média, em 2019, o dobro relativamente à média apurada em 2018 (5%), sugerindo uma maior movimentação e dinâmica do mercado laboral.

Outras das conclusões em destaque prende-se com as saídas voluntárias de colaboradores que subiu para 10%, em média, em 2019, o dobro relativamente à média apurada em 2018 (5%), “sugerindo uma maior movimentação e dinâmica do mercado laboral”, reforça o estudo.

Na leitura dos resultados obtidos este ano, Tiago Borges, rewards leader da Mercer Portugal, recorda que findo o processo de auxílio financeiro, a economia portuguesa encontra-se num período de recuperação mas que as estimativas para 2020 apontam para um abrandamento do crescimento económico na zona euro. Ainda assim em Portugal a Comissão Europeia estima um crescimento do PIB de 1,7%. “Estes valores mantêm Portugal a crescer acima dos seus pares, pelo que se pode considerar que o país atravessa um período de convergência face à Zona Euro. Este facto tem necessariamente reflexos ao nível do emprego e dos salários, pelo que é de prever que, apesar de um contexto internacional menos favorável, continue a verificar-se uma pressão sobre os salários da generalidade das funções e níveis funcionais em Portugal”, salienta o responsável.

De entre os vários aspetos aferidos nesta análise, importa ainda reter que, no corrente ano, os incrementos salariais rondaram os 2% para quase todos os níveis de responsabilidade (mantendo-se os valores do ano passado). Para 2020 as empresas inquiridas preveem incrementos ligeiramente superiores relativamente ao ano anterior. Sendo que no caso dos recém licenciados, o salário base anual, no primeiro emprego, situa-se, regra geral, entre os 12 704 euros e os 16 594 euros.

Para estes incrementos, a avaliação individual (85%) e o posicionamento na grelha salarial (64%) surgem como fatores preponderantes na sua atribuição, destacando-se a antiguidade e o nível funcional como fatores menos influentes.

As revisões salariais são realizadas tipicamente uma vez por ano (85%), maioritariamente em março (32%) e abril (22%);

Quanto a benefícios concedidos pelas empresas aos seus colaboradores, o plano médico é o mais atribuído (92%), sendo que 43% das empresas analisadas também atribui um plano de pensões. Em 36% das empresas participantes no estudo, parte das despesas associadas à educação dos colaboradores estão integradas no pacote de compensação (numa média de cerca de 69% do custo total).

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