O tráfego de dados mais do que duplicou na última semana do mês de janeiro face aos níveis registados no período anterior à pandemia. Entre os dias 25 e 31 de janeiro, o tráfego disparou 102% face ao contabilizado no período pré-Covid-19 e ficou 21% acima do registado na primeira semana em que se iniciou o primeiro estado de emergência (de 16 a 22 de março de 2020), segundo dados da Autoridade Nacional de Comunicações.
Discriminando o tipo de tráfego de dados, o regulador constatou que o tráfego de dados de internet fixa cresce 109%, face à semana anterior à declaração da pandemia da Covid-19. Já o tráfego de dados móveis cresceu 3%. O tráfego de dados fixos representa 97% do total do tráfego de dados.
Comparativamente com a semana de 18 a 24 de janeiro, o tráfego de dados cresceu 8%: o consumo de dados de internet fixa cresceu 9%, ao passo que os dados móveis caíram 4%.
Relativamente ao tráfego de voz, o regulador indica que o tráfego na última semana de janeiro disparou 30% face ao período pré-Covid. O tráfego de voz entre os dias 25 e 31 de janeiro ficou a apenas 10% do máximo histórico registado na segunda semana de pandemia.
“O tráfego de voz móvel, que representa 89% do total do tráfego de voz, foi 31% superior ao verificado no período pré-Covid-19”, concluiu a Anacom. O tráfego de voz fixa ficou 22% acima do registado antes da pandemia.
Comparativamente com a penúltima semana de janeiro, o tráfego de voz recuou 2%. Em comparação com a penúltima semana de janeiro, o tráfego de voz fixa caiu 7% e o tráfego de voz móvel deslizou 1%.
A evolução do tráfego
Durante o primeiro estado de emergência, decretado em 19 de março de 2020, o tráfego de voz fixa cresceu, em média, 53% acima da tendência de crescimento antes da pandemia. Já na voz móvel, esse crescimento foi de 36%, em média.
Após os primeiros 15 dias do primeiro estado de emergência, os valores estabilizaram, de alguma forma. “O crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias foi entre 46% e 47%, no caso do tráfego de voz fixa, e entre 34% e 38% no caso da voz móvel”.
Segundo os dados da Anacom, terminada a primeira vaga de estados de emergência – entre março e abril -, o tráfego das comunicações só voltou a acelerar em setembro, com a entrada em vigor do estado de contingência, no dia 15 e, posteriormente, com o estado de calamidade, em 15 de outubro.
Aí, “verificou-se uma nova aceleração do tráfego de voz”. “Neste período, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram adicionalmente 1,6% por semana e 0,8% por semana, respetivamente, face ao período anterior”, lê-se.
“Com a entrada em vigor do segundo estado de emergência, em 9 de novembro, registou-se um abrandamento devido à ocorrência de feriados no mês de dezembro. As novas medidas restritivas impostas a partir de 15 de janeiro contribuíram para a aceleração do tráfego de voz”, acrescenta a o regulador.
Os dados do regulador evidenciam, contudo, que, desde o início da pandemia, nas semanas em que existiram feriados, o consumo de
tráfego de voz fixa e móvel caiu 8%. A mesma tendência se verificou no mês de agosto de 2020 – habitualmente um mês marcado pelas férias de verão -, registando-se uma queda de 10% do tráfego de voz fixa e móvel.
Por outro lado, desde a entrada em vigor das medidas de combate à pandemia, tem sido o tráfego de dados fixos que mais aceleração no consumo tem revelado. Por exemplo, no primeiro estado de emergência, em março de 2020, o tráfego de dados fixo (a internet consumida em casa) cresceu cerca de 49% acima da tendência observada antes da pandemia.
“Após esse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias variou entre 31% e 36%”, lê-se.
Ora, com a entrada em vigor do estado de contingência de setembro do ano passado e, posteriormente, com o estado de calamidade, em outubro, tal como no caso do tráfego de voz, os dados mostram “uma nova aceleração do tráfego de dados, embora com um crescimento adicional superior (+1,6% por semana)”.
E durante a segunda vaga de estados de emergência, que se iniciou em 9 de novembro, “atingiram-se dois picos no tráfego de dados fixos nas semanas em que foram concedidas tolerâncias de ponto e em que ocorreu um feriado (semanas terminadas em 6 e 13 de dezembro), e novos máximos históricos após o restabelecimento do dever geral de recolhimento domiciliário (a partir da semana de 24 de janeiro).
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