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Transparência, estabilidade e cultura: os novos pilares do talento em 2025

Ter um bom salário já não chega. Em 2025, os profissionais exigem mais: clareza, equilíbrio e confiança. Estarão as empresas preparadas para responder a esta nova realidade?
1 Agosto 2025, 07h55

O mercado de trabalho está a mudar e não é apenas por causa da tecnologia. A forma como os profissionais encaram a sua carreira evoluiu. O que procuram agora? Estabilidade, flexibilidade e, acima de tudo, transparência. Estas são algumas das principais conclusões do estudo Talent Trends 2025, da consultora Michael Page, que traça um retrato claro das novas expectativas do talento qualificado em Portugal.

Num contexto de escassez de perfis e desafios económicos, oferecer um salário competitivo já não basta. A clareza nas políticas internas, especialmente em matéria salarial, é cada vez mais valorizada pelos profissionais e pode fazer toda a diferença na retenção e motivação das equipas.

Estabilidade é o novo “benefício”

O estudo revela uma tendência clara: os profissionais estão menos disponíveis para procurar novas oportunidades. A intenção de mudar de emprego caiu de 59% em 2023 para 45% em 2025. Em vez disso, optam por renegociar condições com o atual empregador, dando prioridade à segurança e previsibilidade.

A mobilidade interna e o desenvolvimento dentro da própria organização ganham protagonismo, enquanto o apetite por novas ofertas externas diminui. Estamos perante uma geração de profissionais mais prudente, mais consciente e mais exigente, não apenas com o salário, mas com a cultura onde se inserem.

Falta clareza na política salarial

Apesar da crescente importância da transparência, apenas 43% dos inquiridos consideram que a política salarial da sua empresa é clara ou muito clara. A disparidade salarial entre géneros, sobretudo em cargos de liderança, continua a ser uma preocupação: 32% das mulheres afirmam sentir essa desigualdade, comparando com apenas 11% dos homens.

A falta de clareza e de equidade impacta diretamente a motivação das equipas e obriga as empresas a reverem as suas práticas se quiserem manter-se competitivas.

Equilíbrio pessoal e profissional: um critério decisivo

O modelo híbrido já é uma realidade para mais de metade dos profissionais. Contudo, algumas organizações estão a reforçar os dias de trabalho presencial, numa tentativa de recuperar a cultura e a colaboração.

O problema? Mais de 50% dos profissionais admitem considerar mudar de empresa se forem obrigados a passar mais tempo no escritório. A flexibilidade deixou de ser um nice to have é agora um critério essencial de escolha. As empresas que o compreendem e ajustam as suas políticas de trabalho ganham vantagem na retenção de talento.

GenAI: inovação precisa de orientação

O uso de Inteligência Artificial generativa está a crescer, mas ainda existem muitos desafios. A maioria dos profissionais sente falta de diretrizes claras sobre como utilizar esta tecnologia de forma eficaz e segura. Sem orientação, surgem dúvidas sobre responsabilidade, ética e supervisão, fatores que podem abalar a confiança e travar a inovação.

As organizações que investirem em formação e regras claras estarão mais bem preparadas para integrar a IA sem comprometer a cultura interna.

Confiança na liderança e cultura inclusiva: dois pontos críticos

A confiança nas lideranças está em baixa. Uma em cada cinco pessoas admite ter pouca ou nenhuma confiança na capacidade dos líderes para equilibrar os objetivos do negócio com o bem-estar das equipas. Apenas 32% consideram trabalhar num ambiente verdadeiramente inclusivo.

Estes números revelam uma oportunidade clara para as organizações: investir numa cultura que promova a escuta ativa, a inclusão e a equidade. Sem isso, será difícil conquistar e manter o talento certo.

Consulte o estudo completo aqui: michaelpage.pt/talent-trends

Este conteúdo foi produzido pela Michael Page. 

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