O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou hoje o seu plano de 20 pontos para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, que ainda tem de ser ratificado entre as partes envolvidas, Israel e o Hamas.
O plano inclui a sua presidência de um comité que supervisionará a transição no território palestiniano.
Este plano, no qual a Casa Branca garante que “ninguém será forçado a sair de Gaza”, foi divulgado pouco antes de uma conferência de imprensa conjunta entre o Presidente norte-americano e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O plano inclui um cessar-fogo na ofensiva israelita, a libertação de todos os reféns e o estabelecimento de um governo de transição supervisionado por uma junta presidida pelo próprio Trump.
Os Estados Unidos comprometem-se também a mediar entre Israel e a Palestina para uma “coexistência pacífica” e abrem caminho para a criação de um Estado palestiniano.
O republicano apresentou este plano ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante o seu encontro na Casa Branca, e assegurou que o israelita aceitou a proposta.
O plano visa pôr termo à guerra em curso na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
O ataque do Hamas causou a morte de mais de 1.200 pessoas e 251 reféns, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva israelita que se seguiu em Gaza provocou mais de 66.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, cujos dados são considerados fiáveis pela ONU.
Os 20 pontos do plano proposto pelos Estados Unidos:
1.º – Gaza será uma zona livre de terrorismo e não representará uma ameaça para Israel.
2.º – Gaza será reconstruída para benefício do seu povo.
3.º – Cessar-fogo imediato e retirada gradual das forças israelitas para preparar a libertação dos reféns.
4.º – Libertação, no prazo de 72 horas, de todos os reféns do Hamas, vivos e mortos.
5.º – Israel vai libertar 250 prisioneiros palestinianos condenados a prisão perpétua e 1.700 residentes de Gaza detidos após os ataques de 07 de outubro.
6.º – O Hamas compromete-se com a coexistência pacífica e com o desarmamento.
7.º – Após a aceitação do acordo, toda a ajuda humanitária necessária será enviada para Gaza.
8.º – A entrada e a distribuição da ajuda humanitária serão realizadas sem interferência e através de agências das Nações Unidas.
9.º – Gaza será gerida por um comité tecnocrático supervisionado por um “Conselho da Paz” internacional, presidido pelo próprio Trump e que inclui o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Uma Autoridade Palestiniana reformada assumirá o controlo posteriormente.
10.º – Será criado um plano de desenvolvimento económico para Gaza para atrair investimento.
11.º – Será estabelecida uma zona económica especial em Gaza.
12.º – Não haverá deslocação forçada, e aqueles que saírem voluntariamente terão o direito de regressar, embora “as pessoas sejam encorajadas a ficar e tenham a oportunidade de construir uma Gaza melhor”.
13.º – O Hamas e outras fações não poderão governar Gaza “direta ou indiretamente”, e a Faixa será desmilitarizada sob supervisão internacional.
14.º – Os países da região assegurarão que o Hamas e outros grupos cumprem os seus compromissos e que Gaza não representa uma “ameaça aos seus cidadãos ou vizinhos”.
15.º – Uma Força Internacional de Estabilização (ISF, na sigla em inglês), apoiada pelos EUA e pelos parceiros árabes, será enviada para treinar as forças policiais palestinianas e manter a segurança interna e fronteiriça, uma área na qual o Egito e Israel cooperarão.
16.º – Israel não ocupará nem anexará Gaza; retirará gradualmente para transferir o controlo para a ISF e manterá um perímetro de segurança, se necessário.
17.º – No caso de o Hamas adiar ou rejeitar a proposta, todas as medidas acima referidas serão implementadas nas zonas “livres de terrorismo” que Israel transferiu para as Forças de Segurança Interna (ISF).
18.º – O diálogo inter-religioso será promovido para fomentar a tolerância e a coexistência pacífica entre palestinianos e israelitas.
19.º – À medida que a reconstrução avança e as reformas são implementadas na Autoridade Palestiniana, abrir-se-á a possibilidade de autodeterminação e a criação de um Estado palestiniano.
20.º – Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e a Palestina para chegar a acordo sobre um horizonte político que permita uma coexistência pacífica e próspera.
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