O filho do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump Jr., deverá chegar à Gronelândia esta terça-feira, horas depois de o seu pai reiterar o interesse em assumir o controlo do território autónomo do Ártico, prometendo “tornar a Gronelândia grande novamente”. Trump Jr disse num podcast editado na segunda-feira que “não está a compra a Gronelândia”, mas a fazer “uma viagem pessoal de um dia”.
A visita acontece num contexto de crescentes tensões entre a Gronelândia e a Dinamarca, enquanto o governo Trump se prepara para assumir o cargo. A Gronelândia é uma antiga colónia dinamarquesa e continua a fazer parte do reino da Dinamarca, que continua a controlar a sua política externa e de segurança.
O rei dinamarquês Frederik chocou alguns historiadores com uma decisão de ano novo de mudar o brasão real para destacar mais a Gronelândia e as Ilhas Faroé, o que também foi observado como uma recusa aos avanços de Trump, salienta uma reportagem do jornal britânico ‘The Guardian’. Uma reunião entre o primeiro-ministro da Gronelândia, Múte Egede, e o rei dinamarquês, programada para acontecer na quarta-feira na Dinamarca, foi cancelada na segunda-feira sem que fosse avançada uma explicação.
Trump Jr disse que está a visitar a vasta ilha numa base privada e como turista – apesar de ser acompanhado pelo ativista político Charlie Kirk, que foi cofundador da organização conservadora Turning Point USA (pró-Trump).
“Queremos conhecer pessoas”, disse o filho do presidente no podcast, mas o governo da Gronelândia avançou a informação de que nenhuma reunião foi agendada com representantes do governo. “Não fomos informados sobre a natureza do programa da visita e, portanto, esta é uma viagem privada”, disse Mininnguaq Kleist, ministro da Independência e Relações Exteriores da Gronelândia, citado pela agência Reuters.
A Gronelândia, um território autónomo da Dinamarca com uma população de apenas 57 mil habitantes, tem vasta riqueza em minerais, petróleo e gás natural, mas uma economia dependente da pesca e dos subsídios anuais da Dinamarca. A capital, Nuuk, fica mais perto de Nova Iorque que a capital dinamarquesa, Copenhaga.
Trump demonstrou interesse em comprar a Gronelândia durante o seu primeiro mandato, mas a proposta foi evidentemente rejeitada pelas autoridades gronelandesas e dinamarquesas. Para os analistas, o interesse de Trump inscreve-se no quadro das suas opções militares e de defesa – uma vez que a ilha está inserida no contexto do Ártico, que tem uma importância crescente em termos de estratégia de defesa dos Estados Unidos.
Nos últimos meses, as tensões aumentaram significativamente entre a Gronelândia e a Dinamarca, o que levou o primeiro-ministro a intensificar a pressão pela independência, nomeadamente no seu discurso de ano novo, dizendo que quer que o país se liberte “das amarras do colonialismo” para moldar o seu próprio futuro.
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