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Trump quer que EUA passem a controlar Gaza para a transformar na “Riviera do Médio Oriente”

Plano já mereceu as críticas da Arábia Saudita.
Trump
Former U.S. President Donald Trump attends a rally in Wilkes-Barre, Pennsylvania, U.S., September 3, 2022. REUTERS/Andrew Kelly – RC20AW9LDZLQ
5 Fevereiro 2025, 09h14

Donald Trump tem um plano para que os EUA passem a controlar a Faixa de Gaza com o objetivo de a transformar na “Riviera do Médio Oriente”.

“Os EUA vão tomar conta da Faixa de Gaza e vamos transformá-la, criar milhares e milhares de empregos. Será algo que o Médio Oriente vai ficar muito orgulhoso”, afirmou o presidente em Washington durante a visita do presidente israelita aos EUA.

A Arábia Saudita, um importante aliado regional dos EUA, já deixou críticas a esta intenção, negando as palavras de Trump que disse que Riade não queria manter a pátria Palestina.

O ministério saudita dos Negócios Estrangeiros reafirmou que o Príncipe Mohammed bin Salman tem afirmado o seu apoio à Palestina de forma explícita e clara.

Por parte do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, as declarações de Trump “são ridículas e absurdas e qualquer ideia deste tipo pode ser capaz” de aumentar a tensão na região, segundo Sami Abu Zuhri.

Recorde-se que Trump já tinha proposto anteriormente deslocar os mais de dois milhões de palestinianos da Faixa de Gaza para os países vizinhos.

O controlo de Gaza pelos EUA deverá merecer as críticas de muitos aliados, e inimigos, de Washington.

A intenção foi elogiada por Benjamin Netanyahu, considerando-a uma “ideia fresca” por pensar “fora da caixa”.

A invasão de Gaza por Israel provocou a morte de mais de 46 mil pessoas na Faixa de Gaza de uma população de 2,3 milhões no pré-guerra, segundo dados das autoridades palestinianas.

Um estudo de investigadores do London School of Hygiene & Tropical Medicine e Yale University, entre outras instituições, coloca o número de mortes em mais de 64 mil pessoas, com 60% a serem mulheres, crianças e pessoas com mais de 65 anos. O valor fica 40% acima do estimado pelas autoridades palestinianas para o período em causa (outubro de 2023-final de junho de 2024).

Recorde-se que Benjamin Netanyahu tem pendente um mandato de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia acusado de crimes de guerra pelas ações do exército israelita durante a invasão da Faixa de Gaza.

Os mandatos também abrangem o ex-ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant e o comandante do Hamas Mohammed Deif.

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