As reservas de ouro do Estado português estão em máximo de 25 anos, desde o início do século. Desde então, valorizaram mais de 570%, passando de 5,6 mil milhões de euros para 37,6 mil milhões de euros, os valores de mercado registados na sexta-feira, segundo as contas do JE.
Só no espaço de cinco anos, durante o mandato de Mário Centeno, o valor das reservas de ouro subiram mais de 80%. Só desde o início do ano, já valorizou cerca de sete mil milhões face aos cerca de 31 mil milhões de euros registados no balanço do Banco de Portugal no final de 2024.
Portugal até contava com uma reserva superior de ouro no ano 2000: mais de 600 toneladas face às 383 toneladas atuais.
A partir de 2002 e até 2006, o BdP então liderado por Vítor Constâncio vendeu cerca de 225 toneladas de ouro. Desde então, a reserva tem-se mantido relativamente estável.
Metade deste ouro encontra-se guardado nos cofres do Banco de Portugal no Carregado, com a outra metade a encontrar-se guardado no Banco de Inglaterra.
Portugal contava com a sexta maior reserva de ouro da Europa ocidental em 2024, com a Alemanha, Itália e França no pódio desta lista.
O BdP ganha dinheiro com o ouro estacionado em Inglaterra realizando empréstimos do metal. Os investidores recheiam a sua carteira de investimento com o ouro, o BdP recebe pelo empréstimo… mas o ouro nunca sai dos cofres.
Na semana passada, a onça de ouro atingiu um máximo histórico várias vezes. Na sexta-feira, novo recorde com a onça a atingir quase 3.600 dólares à boleia de um dólar mais fraco, compras dos bancos centrais, taxas de juro a descer e instabilidade geopolítica e económica.
Entre as principais causas estão a guerra movida por Donald Trump contra a Reserva Federal norte-americana que é vista como uma tentativa para pressionar a Fed a cortar as taxas de juro.
“Foram realmente as eleições americanas que colocaram sob pressão o ouro. A subida deve-se ao que Donald Trump fez na geopolítica e no comércio internacional”, disse o analista Adrian Ash da BullionVault, citado pela “BBC”.
A nível mundial, a China e a Índia são os dois maiores consumidores mundiais, mas a procura nestes países caiu a semana passada devido aos preços elevados.
“O nosso cenário base é que o ouro vai continuar a atingir novos máximos nos próximos trimestres. Um ambiente com taxas de juro baixas, dados económicos mais suaves e a continuação da incerteza económica e riscos geopolíticos aumentam a atratividade do ouro como diversificador de portefólio”, segundo Joni Teves da UBS.
A barra de ouro, que não rende juros, brilha mais quando as taxas de juro estão baixas e a incerteza está elevada: os investidores apostam então neste ativo de refúgio.
Já Ricardo Evangelista da ActivTrades destaca que a “possibilidade de paz entre a Rússia e a Ucrânia está a desvanecer-se, enquanto em Gaza não se vislumbra o fim dos combates. Esta turbulência geopolítica tende a aumentar a procura por ativos de refúgio, apoiando o metal precioso — uma dinâmica acentuada pelos receios de que a interferência política possa comprometer a independência da Reserva Federal, bem como pela incerteza em torno das tarifas comerciais”.
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