Para os residentes de Mesquite, no Nevada, Estados Unidos, Stephen Paddock era apenas conhecido pelos seus hábitos de jogar no casino, por viajar bastante e por ter enriquecido através do mercado imobiliário.
Ninguém reparou que o americano de 64 anos tinha 47 armas espalhadas entre a sua casa em Mesquite e outro imóvel em Reno, enquanto preparada o que a polícia chamou de “obviamente premeditado” massacre, devido à enorme quantidade de armas na posse de Paddock.
O mistério sobre Paddock continua, incluindo os seus motivos, mas as mais recentes atualizações por parte das autoridades começaram a traçar o que aconteceu na passada noite de domingo, onde 58 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas.
O ataque foi planeado com alguma antecedência. Apesar de não haver ainda uma agenda precisa sobre a aquisição de todas as armas de Paddock, as autoridades acreditam que foram compradas durante um longe período: comprar o arsenal todo de uma vez chamaria demasiada atenção. Enquanto o seu arsenal fossem comprado devagar e legalmente, era difícil chamar atenções indesejadas.
Depois de acumular um boa quantidade de armas entre Mesquite e Reno, o americano carregou 23 armas para o seu carro e guiou para Las Vegas. No dia 28 de setembro fez o check in numa suite no hotel Mandalay Bay, no 32º andar. No dias seguintes carregou mais de 10 malas cheia de armas do seu carro para o quarto.
Ao mesmo tempo, Paddock estava também a montar o seu próprio sistema de segurança. Na terça-feira, a polícia de Las Vegas confirmou que o americano colocou no corredor do hotel, no mesmo andar do que a suite, uma câmara, assim como no carrinho de serviço. Outra foi ainda instalada na porta do seu próprio quarto.
Stephen preparava o massacre ao mesmo tempo que milhares de pessoas chegavam de todos os Estados Unidos para o festival de música country, o Route 91 Harvest. O recinto era do outro lado do Mandalay Bay.
O terror começou quando Jason Aldean, o músico que fechava o festival, chegou ao palco. A polícia de Las Vegas recebeu a primeira chamada de socorro às 22h08, horas locais.
O americano partiu duas janelas e começou a disparar contra a multidão, em tiros curtos como em sequências longas de nove segundos, conta o Financial Times. As autoridades estão ainda a investigar quais foram as armas utilizadas nos disparos, que duraram cerca de nove minutos.
Durante esse tempo, um grupo de seis polícias que estavam a trabalhar para outro evento no Mandalay decidiram procurar o atirar por conta própria. Quando chegaram ao 29º andar, evacuaram os quartos mas com informações dadas por outros hospedes conseguiram identificar dentro de 10 minutos que o atacante se encontrava três andares acima.
Um dos seguranças do hotel que se separou do grupo aproximou-se do quarto de Paddock sozinho. Aparentemente, através das câmaras de seguranças que tinha instalado, consegui identificar o polícia e disparou contra ele, atingindo-o na perna. O ataque ao polícia permitiu que o grupo de restantes polícias conseguissem confirmar a localização do atacante.
A interrupção na “missão” de Paddock trouxe um fim ao tiroteio, às 22h19. Com os outros hospedes retirados em segurança, a polícia formou um perímetro de segurança fora do quarto que, não ouvindo mais barulho, esperou pela equipa de Swat.
Cerca de uma hora depois a equipa Swat arrombou a porta do quarto e o que encontraram foi um aparente cenário de suicídio.
As investigações estão a decorrer. “Inúmeros dispositivos eletrónicos” recuperados da propriedade de Paddock estão a ser analisados. Em Reno foram encontrados cinco revólveres, duas espingardas e uma “infinidade” de munições. Em Mesquite estavam guardadas 19 armas, explosivos e milhares de munições, para além do arsenal encontrado no quarto de hotel, afirmou o xerife de Las Vegas.
A MGM Resorts, dona do Mandalay Bay doou 3 milhões de dólares para um fundo para ajudar as vítimas do ataque. Uma página do GoFundMe também arrecadou quase 9 milhões de dólares para fornecer “alívio e apoio financeiro” às pessoas afetadas pelo ataque.
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