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Uber e Cabify abandonam Barcelona: “Até breve”

O governo catalão cedeu perante as manifestações dos taxistas, tornando o serviço realizado pela Uber e pela Cabify incomportável, conforme alegam as companhias.
31 Janeiro 2019, 11h24

A empresa de transportes digitais anunciou esta quinta-feira que vai deixar de operar em Barcelona ainda esta semana. Esta decisão surge depois da cidade impor restrições às suas atividades.

Ainda que a Uber opere com diversos serviços em várias partes do mundo, na cidade catalã apenas usavam o UberX, sendo que os condutores das viaturas tinham licenças para conduzir passageiros, explica a agência Reuters.

A aplicação de serviço de transportes afirmou que vai deixar de servir a cidade de Barcelona depois de lhes ter sido aplicado um decreto, por parte do governo, que obriga os condutores a pré-contratar o serviço com 15 minutos de antecedência. No comunicado remetido pela empresa aos seus clientes, com o título de “Até breve, Barcelona”, a aplicação de origem norte-americana lamentou as restrições aprovadas pelo governo da Catalunha, e isso obrigou-os “a suspender o serviço UberX em Barcelona”.

“Há quase um ano voltámos a Barcelona com um compromisso: fazer as coisas bem. Desde então, mais de meio milhão de pessoas pediram-nos para nos movermos por toda a cidade. E milhares de condutores encontraram uma forma, na Uber, de ganhar a vida”, dizia no comunicado. Para atuar nesta cidade espanhola, os condutores deste serviço tiveram de obter uma licença.

Esta é a segunda vez que a plataforma deixa de prestar serviços nesta cidade. A primeira vez aconteceu em 2014 quando um juiz suspendeu o serviço Uber Pop, bastante semelhar ao UberX. Um porta-voz deste serviço garantiu que estão “empenhados em ser um parceiro de longo prazo para as cidades espanholas”, e não descarta a possibilidade de um regresso.

Após o regresso e a adaptação da Uber à nova norma de Espanha, que obrigava as empresas a reger-se por licenças de veículo de aluguer com condutor (VTC), o governo da Generalidade voltou a modificar a lei, cedendo à chantagem dos táxis, como noticiou o jornal El País.

A plataforma de motoristas privados garantem estar dispostos a trabalhar em conjunto com o governo para criar uma “regulação justa para todos”, enquanto afirmam que a obrigação de reservar um carro com 15 minutos de antecedência “não existe em nenhum lugar da Europa, e é totalmente incompatível com o imediato que o serviço requer, como o UberX”, conclui o comunicado enviado aos utilizadores da plataforma.

A Cabify também cancelou o serviço nesta cidade, uma vez que as regras também lhes são aplicadas. A plataforma concorrente concorda com a Uber e mostra que esta nova medida é incomportável com o tipo de serviço que prestam aos clientes e cidadãos da cidade.

O governo espanhol espera que as manifestações dos taxistas, que ainda decorrem em Madrid e em Barcelona, acabem após esta decisão de regulamentação, que iria equiparar os táxis às plataformas.

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