[weglot_switcher]

Ucrânia: Hungria acusa líderes da União Europeia de erro no apoio a Kiev

“Já vejo nos olhos [dos restantes líderes da União Europeia] que todos sabem que esta guerra está perdida”, disse Orbán à rádio pública húngara Kossuth em Bruxelas, onde participa na reunião do Conselho Europeu.
Hungarian Prime Minister Viktor Orban speaks as he arrives for an EU summit in Brussels, Belgium December 10, 2020. John Thys/Pool via REUTERS
21 Março 2025, 09h42

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse, esta sexta-feira, que recusou o acordo alcançado na quinta-feira pelos 26 países da União Europeia sobre o apoio à Ucrânia porque a guerra causada pelo ataque da Rússia está perdida.

Órban não especificou a declaração sobre “guerra perdida” mas acusou os líderes europeus de estarem a tomar decisões erradas.

“Já vejo nos olhos [dos restantes líderes da União Europeia] que todos sabem que esta guerra está perdida”, disse Orbán à rádio pública húngara Kossuth em Bruxelas, onde participa na reunião do Conselho Europeu.

Neste contexto, o líder húngaro disse ainda que a maioria dos líderes europeus de pretenderem continuar a guerra enviando dinheiro e armas para a Ucrânia.

O governo de Orbán, próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, recusou-se a apoiar militarmente a Ucrânia desde o início da invasão russa, há três anos.

O primeiro-ministro da Hungria reiterou que a União Europeia (UE) cometeu um erro ao apoiar a Ucrânia, frisando que o bloco europeu não vai participar nas negociações de paz, uma vez que os Estados Unidos estão a em contacto com a Rússia e com a Ucrânia.

Quanto à futura adesão da Ucrânia à União Europeia, Órban sublinhou que o processo pode vir a ser um pesado encargo financeiro e salientou que a Hungria não apoia a contração de um empréstimo conjunto pelos países da UE para apoiar a Ucrânia.

“Vai chegar o momento em que todos vão assumir que a integração da Ucrânia seria equivalente a um colapso económico da UE”, afirmou.

A adesão do país à União Europeia também pode criar tensões no setor agrícola, no mercado de trabalho, na segurança e na criminalidade, bem como nos sistemas de pensões, acrescentou.

Os líderes da UE, exceto Orbán, renovaram o apoio à Ucrânia e mantiveram a pressão sobre a Rússia, mas sem mencionar os 40 mil milhões de euros de ajuda adicional propostos pela Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.