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Ucrânia: Hungria reitera oposição à proposta de rearmamento do bloco europeu

Na quarta-feira, o Parlamento Europeu instou os países da União Europeia (UE) a reduzir a dependência de países terceiros no domínio da defesa. Os eurodeputados apoiaram o plano da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o rearmamento dos países da UE, que deve atingir 800 mil milhões de euros em investimentos no setor da defesa.
Hungarian Prime Minister Viktor Orban speaks as he arrives for an EU summit in Brussels, Belgium December 10, 2020. John Thys/Pool via REUTERS
14 Março 2025, 10h02

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a rejeitar, esta sexta-feira, a proposta sobre a emissão de dívida conjunta da União Europeia para financiar o rearmamento do bloco europeu.

Na quarta-feira, o Parlamento Europeu instou os países da União Europeia (UE) a reduzir a dependência de países terceiros no domínio da defesa.

Os eurodeputados apoiaram o plano da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o rearmamento dos países da UE, que deve atingir 800 mil milhões de euros em investimentos no setor da defesa.

“A Hungria não concorda que os países da UE venham a contrair empréstimos conjuntos. A Hungria não participa nisso”, disse Orbán em declarações à estação de rádio pública húngara Kossuth.

O primeiro-ministro da Hungria sublinhou que o país deve participar na promoção da defesa conjunta do continente, mas afastou-se da proposta da Presidente da Comissão Europeia.

Orbán defende que a UE venha a contribuir para um fundo europeu, que não especificou, uma vez que o crédito financeiro conjunto pode gerar uma espiral de endividamento.

Neste sentido, Orbán afirmou que a cimeira da UE, agendada para a próxima semana, pode ficar marcada por uma discussão “forte e difícil” sobre o assunto.

O chefe do Governo de Budapeste disse ainda que a chave para a promoção da defesa europeia é a definição da forma como os exércitos da Ucrânia e da Europa devem ser financiados.

Orbán reiterou que a maioria dos países da UE quer continuar a guerra na Ucrânia, uma posição que descreveu como louca e errada.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 e em 2022, sendo que as posições da Administração dos Estados Unidos, aliado da NATO, estão a afastar-se dos interesses do bloco europeu.

Por outro lado, a Hungria mantém posições próximas da Rússia e nunca apoiou a ajuda militar a Kiev.

“O futuro da Ucrânia vai ser decidido à mesa das negociações e não nos campos de batalha”, sublinhou.

Na quarta-feira, os eurodeputados defenderam que devem ser exploradas soluções inovadoras no sentido do “financiamento adicional”, como a criação de um sistema europeu de obrigações para grandes investimentos militares.

Os eurodeputados apelaram à UE para que atue urgentemente para garantir a própria segurança, o que requer o reforço das parcerias e a redução significativa da dependência em relação a países terceiros em matéria de defesa.

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