Kiev vai realizar esta segunda-feira uma cimeira internacional para assinalar os três anos da invasão russa, que contará com a presença de 13 líderes estrangeiros na capital ucraniana, enquanto outros 24 participam remotamente, anunciou o presidente ucraniano. Segundo Volodymyr Zelensky, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e 24 comissários europeus vão estar em Kiev.
A cimeira servirá para discutir novas medidas para pôr fim à guerra e abordar possíveis garantias de segurança para a Ucrânia quando o conflito terminar, disse o Presidente ucraniano, em conferência de imprensa, na capital ucraniana.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, é um dos líderes que confirmaram a sua presença em Kiev na segunda-feira, segundo a agência espanhola EFE. Zelensky anunciou também que vai realizar uma reunião com os líderes dos países nórdicos e bálticos.
O presidente ucraniano indicou ainda estar a trabalhar na organização de outra cimeira numa capital europeia não especificada para discutir garantias de segurança que possam ser oferecidas à Ucrânia para evitar um novo ataque russo quando a guerra terminar.
Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
O presidente ucraniano referia-se ao acordo proposto pelos Estados Unidos da América (EUA) para beneficiar de 50% dos recursos naturais ucranianos como pagamento pela assistência oferecida desde o início da invasão russa. Zelensky voltou a afirmar o direito da Ucrânia de exigir as suas próprias condições no acordo, sublinhando que este deve ter em conta os interesses tanto de Washington como de Kiev. “Só quero um diálogo com o presidente [Donald] Trump”, disse.
Nesse sentido, levantou a hipótese de os recursos naturais que a Ucrânia poderia partilhar com os EUA incluírem os que se encontram em depósitos sob controlo russo. “Vamos fazer 50-50, incluindo os territórios ocupados”, sugeriu, explicando que isso estimularia o interesse dos EUA em ajudar Kiev a recuperar esses territórios. O presidente ucraniano convidou ainda o homólogo norte-americano a visitar a Ucrânia e manifestou a sua disponibilidade para se deslocar aos EUA para se encontrar com Trump.
A Ucrânia, assegurou, quer que a guerra termine, mas para aceitar um acordo de paz precisa de sólidas garantias de segurança dos seus aliados para evitar novas agressões militares russas no futuro. O chefe de Estado ucraniano tem sido repetidamente atacado nos últimos dias pelo Presidente norte-americano, que esta semana o apelidou de “ditador sem eleições” por não ter realizado eleições em maio do ano passado, no final do seu mandato.
A lei ucraniana proíbe o voto enquanto a lei marcial estiver em vigor no país. A aproximação entre Washington e Moscovo levou a maioria das capitais europeias a temer que a Rússia se torne ainda mais poderosa no continente.
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