O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insistiu hoje que a Europa tem de ser considerada nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, referindo que, “no total, contribuiu mais do que o parceiro norte-americano”.
O chefe de Estado falava aos jornalistas no Real Hospital Português de Beneficência, no Recife, onde chegou no domingo, para uma visita oficial ao Brasil, a propósito da reunião convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.
Interrogado sobre o que espera dessa reunião com a participação de alguns chefes de Governo de países europeus, da presidente da Comissão Europeia, do presidente do Conselho Europeu e do secretário-geral da NATO, em Paris, Marcelo Rebelo de Sousa não quis “estar a formular desejos”.
“Mas o que me parece uma evidência é o seguinte: o mundo sem a Europa é mais pobre, a balança de poderes sem a Europa não fica tão equilibrada”, afirmou.
O Presidente da República referiu que a guerra na Ucrânia “é uma guerra global, mas que decorre na Europa e tem a ver com a segurança da Europa, e em que a Europa, embora não tanto como os Estados Unidos em armamento, mas, no total, contribuiu mais do que o parceiro norte-americano”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, por isso, que não pode “haver entendimentos, por muito bons que sejam, entre duas ou três ditas maiores potências” sobre a guerra na Ucrânia, sem que “a Europa esteja presente, seja considerada, tenha uma voz ativa, não seja tratada de pouca coisa”.
“Muito que existe no mundo não existiria sem a Europa”, acrescentou.
Questionado sobre a ausência de representação de Portugal neste encontro em Paris, com a participação dos chefes de Governo da Alemanha, do Reino Unido, Itália, Polónia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca, o chefe de Estado respondeu que isso acontece “por uma razão muito simples”.
“A ideia foi instituições europeias, foi os cinco maiores estados, no sentido de maiores economias e maior contributo também em termos daquilo que vai ser discutido, e depois com o aditamento de dois países que, um tem, obviamente, um envolvimento muito particular, que é a Dinamarca, por razões que são públicas e notárias, e outro que também tem acompanhado muito de perto e com grande envolvimento as relações transatlânticas”, explicou.
Segundo o Presidente da República, quanto a Portugal, o importante é compreender o seguinte: “Nós, portugueses, somos fiéis aos nossos aliados, fiéis aos nossos parceiros, fiéis aos nossos amigos. Gostamos que os nossos aliados, os nossos parceiros e amigos sejam fiéis em relação a nós, nós portugueses e nós europeus”.
Há cinco dias, a propósito da conversa entre os presidentes dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e da Federação Russa, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou negociações “à margem dos ucranianos nem à margem da Europa” e manifestou-se preocupado com o eventual fim da “aliança que existia” nesse sentido.
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