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Ucrânia: Trump diz que cessar-fogo começará a ser negociado “imediatamente”

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que as negociações entre Ucrânia e Rússia sobre um cessar-fogo começarão “imediatamente”, deixando às partes a apresentação das condições para o efeito.
Donald Trump
EPA/CHRIS KLEPONIS / POOL
19 Maio 2025, 23h02

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que as negociações entre Ucrânia e Rússia sobre um cessar-fogo começarão “imediatamente”, deixando às partes a apresentação das condições para o efeito.

Após um telefonema de duas horas com o Presidente russo, Vladimir Putin, Trump recorreu às redes sociais para fazer um balanço “muito positivo” do contacto, considerando que “o tom e o espírito da conversa foram excelentes”.

“A Rússia e a Ucrânia vão iniciar imediatamente negociações com vista a um cessar-fogo e, mais importante ainda, a pôr fim à guerra. As condições para isso serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque elas conhecem pormenores de uma negociação que mais ninguém conhece”, adiantou.

Na sexta-feira, representantes ucranianos e russos reuniram-se na Turquia, encontro em que o único acordo tangível foi a troca de mil prisioneiros de guerra para cada lado e a promessa de troca de listas de condições para um possível cessar-fogo.

Hoje, Donald Trump e Putin conversaram durante mais de duas horas, depois de a Casa Branca ter dito que o líder norte-americano “estava frustrado” com o conflito e ter planeado um telefonema separado com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na esperança de progredir para um cessar-fogo na guerra na Ucrânia.

Numa conferência de imprensa em Kiev, Zelensky, rejeitou após o contacto com Trump retirar tropas de regiões sob controlo de Kiev e cuja soberania a Rússia tem reivindicado nos contactos bilaterais, aguardando que Moscovo apresente condições para um cessar-fogo.

“Ninguém vai desistir das nossas terras, dos nossos territórios, do nosso povo”, disse Zelensky após uma chamada telefónica entre os Presidentes russo e norte-americano.

“Não conheço os princípios (condições) da parte russa, mas pelo que percebi da nossa conversa com o Presidente Trump, a Rússia quer enviar-nos um memorando”, disse Zelensky, acrescentando que perante tal documento Kiev pode formular a sua “visão”.

“Os primeiros passos têm de ser aceitáveis para ambas as partes”, sublinhou o Presidente ucraniano.

No final do telefonema de mais de duas horas com o homólogo dos Estados Unidos, o Presidente da Rússia disse hoje que o retomar das negociações com a Ucrânia “está no bom caminho”.

Putin garantiu estar disponível para trabalhar para acabar com o conflito na Ucrânia e que é a favor de uma “solução pacífica”, reconhecendo que serão necessários compromissos que sejam do agrado de ambas as partes.

Trump adiantou que logo após o telefonema com Putin deu conta da conversa ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Presidente francês, Emmanuel Macron, à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e ainda ao chanceler alemão Friedrich Merz e ao Presidente Alexander Stubb, da Finlândia.

A todos informou que “as negociações entre a Rússia e a Ucrânia iniciar-se-ão imediatamente”, reiterou.

“O Vaticano, representado pelo Papa, declarou que estaria muito interessado em acolher as negociações. Que comece o processo!”, adiantou.

Trump voltou ainda a invocar as possibilidades económicas que um acordo de paz abriria.

“A Rússia quer fazer comércio em grande escala com os Estados Unidos quando este catastrófico ‘banho de sangue’ terminar, e eu concordo”, afirmou o Presidente norte-americano.

“A Rússia tem uma enorme oportunidade de criar grandes quantidades de emprego e riqueza. O seu potencial é ILIMITADO. Da mesma forma, a Ucrânia pode ser um grande beneficiário do comércio, no processo de reconstrução do seu país”, adiantou.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

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