O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o homólogo russo, Vladimir Putin, de “sabotar a diplomacia” e instou os Estados Unidos a agir depois de o líder do Kremlin ter manifestado reservas sobre a proposta norte-americana de cessar-fogo.
Vladimir “Putin não pode sair desta guerra, porque não lhe restaria nada”, escreveu Volodymyr Zelensky numa longa mensagem publicada na rede X.
“É por isso que está agora a fazer tudo o que pode para sabotar a diplomacia, estabelecendo condições extremamente difíceis e inaceitáveis desde o início, mesmo antes de um cessar-fogo”, criticou.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige uma trégua o mais rapidamente possível e tem exercido pressão sobre Volodymyr Zelensky, que finalmente concordou na terça-feira com uma cessação das hostilidades de 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.
Vladimir Putin manifestou porém reservas e levantou “questões importantes” a abordar, mas sem rejeitar completamente a iniciativa de Donald Trump.
Em tom de aviso, Volodymyr Zelensky disse hoje que o Presidente russo “tentará atolar toda a gente em discussões intermináveis” enquanto o seu Exército continua “a matar” na Ucrânia.
“Peço veementemente a todos aqueles que podem influenciar a Rússia, especialmente os Estados Unidos, que tomem medidas enérgicas”, apelou.
“Putin não acabará com esta guerra sozinho. Mas a força da América é suficiente para o conseguir”, assinalou ainda.
Donald Trump, ao descrever os comentários do seu homólogo russo como “muito promissores”, alertou na quinta-feira que “seria um momento muito dececionante” se Putin rejeitasse o seu plano.
Antes de aceitar o acordo proposto pelos Estados Unidos, numa reunião na terça-feira de altos representantes de Kiev e Washington na cidade saudita de Jeddah, Zelensky e Trump tiveram relações tensas, incluindo uma acesa discussão pública na Casa Branca em fevereiro.
Mas o Presidente ucraniano indicou, durante um encontro com jornalistas em Kiev, que queria “relações normais e efetivas” com os Estados Unidos.
Volodymyr Zelensky afirmou ainda no X que o seu homólogo russo estava “a mentir sobre a situação real no campo de batalha”, sobre as perdas humanas do seu Exército e “o verdadeiro estado da sua economia”.
Vladimir Putin disse na quinta-feira que os “próximos passos” para uma trégua e paz na Ucrânia dependeriam do sucesso dos seus militares na região russa de Kursk, onde as tropas ucranianas lançaram uma ofensiva surpresa em agosto de 2024, mas estão agora a perder terreno a um ritmo sem precedentes.
No início desta semana, previu que as forças de Moscovo conseguiriam “em breve” expulsar os soldados ucranianos.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que “milhares de soldados ucranianos estão completamente cercados pelo Exército russo”, pedindo a Vladimir Putin que os “poupe”.
Mais tarde, o Exército ucraniano negou estas alegações, assegurando que não existe “qualquer ameaça de cerco” em Kursk e que as suas tropas tinham sido reagrupadas noutras posições.
Segundo o Estado-Maior ucraniano, trata-se de informações “falsas (…) criadas pelos russos para fins políticos e para pressionar a Ucrânia e os seus parceiros”.
Os países do G7 anunciaram hoje o apoio à proposta de cessar-fogo para o conflito na Ucrânia e à integridade territorial deste país, ao mesmo tempo que exigiram medidas de segurança para Kiev e ameaçaram Moscovo com novas sanções.
A Ucrânia foi o tema número um desta reunião multilateral de chefes da diplomacia, que decorreu pouco dias depois de Kiev ter dado luz verde à proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias, mais de três anos após a invasão russa.
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