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Ucrânia: Zelensky avisa Balcãs sobre intenções “perigosas” de expansão russa após 2028

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou hoje os Balcãs Ocidentais e outros países europeus sobre o “cenário particularmente perigoso” de intenção de expansão russa, perante a eventual recuperação da capacidade militar em 2028.
5 Outubro 2023, 13h03

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou hoje os Balcãs Ocidentais e outros países europeus sobre o “cenário particularmente perigoso” de intenção de expansão russa, perante a eventual recuperação da capacidade militar em 2028.

“A Rússia está agora a considerar vários cenários para os próximos anos e um deles é particularmente perigoso: se houver alguma pausa na agressão contra a Ucrânia, se a Rússia ficar em suspenso agora, em 2028, o Kremlin será capaz de restaurar o potencial militar que destruímos e terá força suficiente para […] a expansão russa”, declarou Volodymyr Zelensky.

Falando na sessão de abertura da terceira cimeira da Comunidade Política Europeia, na cidade espanhola de Granada, o Presidente da Ucrânia precisou: “Para além da Ucrânia, são definitivamente os Estados Bálticos e definitivamente outros países onde os contingentes russos estão presentes”.

“Esta é uma informação clara dos nossos serviços secretos e estamos a transmiti-la diretamente a vocês. A Rússia está a tentar suspender a situação para ficar em suspenso, aprender com os seus erros e preparar-se para seguir em frente”, salientou Volodymyr Zelensky, dirigindo-se aos cerca de 50 líderes de países europeus presentes na cimeira.

“Lembrem-se de que o inimigo mais perigoso é aquele que realmente tirou conclusões e se preparou para o próximo ataque com base especialmente nessas conclusões. Moscovo delineou claramente a sua ambição de conquistar mais espaço imperial para impedir que a Europa seja um lugar de nações livres e de democracias funcionais e para quebrar a unidade europeia e a guerra é o instrumento básico da Rússia para este efeito”, alertou.

Volodymyr Zelensky realçou, inclusive, os ataques à Moldova e à Geórgia.

“Todos precisamos de uma forma de apoio […] e todas estas cimeiras devem resultar em garantias de segurança para que a Rússia não se sinta tentada a tentar quebrar a sua soberania”, exortou ainda o responsável.

Perto de 50 líderes de países da Europa reúnem-se hoje em Granada para debater o futuro do continente em mais uma cimeira da Comunidade Política Europeia, um fórum criado em 2022, após a invasão russa da Ucrânia.

O encontro é organizado pela presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE), que decorre durante o segundo semestre deste ano, e ocorre na véspera de uma reunião informal, também em Granada, do Conselho Europeu, onde têm assento os líderes dos 27 países do bloco comunitário.

O objetivo é que os debates de Granada entre os líderes europeus lancem as bases do futuro europeu, a Europa que se pretende para a próxima década.

Na reunião da Comunidade Política Europeia estarão delegações de cerca de 50 países, incluindo os 27 da UE e os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e Charles Michel, respetivamente, bem como a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

A Ucrânia é um dos países da Comunidade Política Europeia e, como outros Estados desta comunidade, é um candidato formal a entrar na UE.

Este é o terceiro encontro da Comunidade Política Europeia, um fórum intergovernamental para debater questões políticas e estratégicas relacionadas com o futuro da Europa criado na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, e de uma ideia lançada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

ANE/MP // ZO

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