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UE/África: Líderes concordam expandir segurança e ampliar mobilidade e intercâmbio, diz João Lourenço

João Lourenço, também presidente da UA, que discurava hoje no encerramento da 7.ª Cimeira UA – UE, destacou o facto de as partes terem acordado sobre a necessidade de expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, promovendo respostas conjuntas mais fortes contra o terrorismo e o extremismo violento.
José Sena Goulão / EPA
25 Novembro 2025, 17h00

Líderes da União Africana (UA) e da União Europeia (UE) concordaram expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, reforçar os laços económicos e ampliar a mobilidade e intercâmbio entre os povos, disse o Presidente angolano, João Lourenço, esta terça-feira, 25 de novembro.

João Lourenço, também presidente da UA, que discursava no encerramento da 7.ª Cimeira UA – UE, destacou o facto de as partes terem acordado sobre a necessidade de expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, promovendo respostas conjuntas mais fortes contra o terrorismo e o extremismo violento.

Segundo o Presidente angolano, os blocos continentais acordaram também em intensificar a ação climática, incluindo o financiamento para adaptação e resiliência e o apoio à transição energética africana, reforçar os laços económicos com compromissos para impulsionar investimentos a nível das infraestruturas, manufatura e agricultura sustentável.

Ampliar a mobilidade e intercâmbio entre povos, “garantindo que a migração seja segura, coordenada e benéfica para ambos os continentes”, e promover o empoderamento da juventude, através da educação e o desenvolvimento de competências e de programas de empreendedorismo constam também entre as pretensões das partes.

“Ficou assente entre nós que a defesa de um multilateralismo continua a ser a nossa melhor esperança para reconstruir um mundo mais justo, mais equilibrado, pacífico e próspero”, afirmou João Lourenço.

O chefe de Estado angolano referiu igualmente, na sua intervenção, que a Cimeira de Luanda deixou claro a todos que a parceria União Europeia e União Africana “não se faz apenas na base de um conjunto de ideias, mas, sobretudo, na base de ações concretas, desenvolvidas com dinamismo, com sentido prático e com resultados que impactam de forma transformadora” sobre ambos os povos.

Salientando a evolução positiva das relações entre a União Europeia e a União Africana desde a Cimeira de Bruxelas em 2022, destacou os resultados “muito positivos” alcançados no quadro da colaboração em matéria de paz e segurança, no setor da saúde, no âmbito da cooperação climática e energética, no capítulo da transformação digital, no setor do comércio, no investimento e na mobilidade e migração.

De acordo com o presidente em exercício da UA, os aspetos específicos dessas conquistas estão refletidos no relatório de implementação da Declaração da 6.ª Cimeira, adotado no quadro do encontro de Luanda, o qual “realça os desenvolvimentos alcançados, mas também reconhece as áreas em que são necessários progressos adicionais”.

No entanto, considerou que o sentido crítico constatado na colaboração entre a UA e a UE e as ações empreendidas conjuntamente permitem “melhorar e atenuar, continuamente, os (…) esforços de cooperação”.

“Este aspeto ao qual atribuímos uma importância fundamental está refletido no resultado deste fórum, que terminou com êxito, espelhado na Declaração de Luanda sobre a sétima cimeira da parceria União Africana e União Europeia que traduz a nossa vontade política e a de seguirmos em frente por caminhos conjuntos que nos levem a resultados que impactam positivamente no desenvolvimento e melhoria das condições de vida dos povos de África e da Europa”, notou.

João Lourenço recordou que as partes assumiram, muitas vezes, que a cooperação UA/UE “é dinâmica” e que, por isso mesmo, procura “sempre ir para além” do que já conseguiu realizar “e traçar perspetivas que ampliem resultados e benefícios recíprocos”.

Manifestou ainda “profunda convicção” de que a cimeira de 2028, que terá lugar na Europa, deve dar maior clareza e maior alcance à “visão partilhada sobre os aspetos relativos à industrialização, comércio e investimento, financiamento sustentável, liderança em matéria de mudanças climáticas, às parcerias digitais e de inovação e ao reforço da (…) ação coletiva no sistema multilateral”.

“Tenho a certeza de que sairemos daqui profundamente empenhados na realização das nossas decisões, por estarmos cada vez mais seguros de que este esforço conjunto que realizamos tem benefícios recíprocos para todos, aproxima-nos cada vez mais, reforça e melhora a compreensão mútua a aprofunda o nosso papel no concerto das nações como parceiros determinados a contribuir para a construção de um mundo mais equilibrado de paz, de justiça e de prosperidade para todos os povos deste planeta”, concluiu João Lourenço.


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